Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas de NY fecham em queda de olho nas tensões entre Estados Unidos e China

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta sexta-feira, 5, de olho no acirramento nas tensões entre Estados Unidos e China e ainda em meio a um cenário que poderia levar a uma trajetória de aperto monetário mais agressiva pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O índice Dow Jones registrou queda de 0,68%, aos 26.447,05 pontos, mas apresentou alta semanal de 0,61%, enquanto o S 500 recuou 0,55%, aos 2.885,57 pontos, e acumulou perda de 0,30% na semana. Já o Nasdaq cedeu 1,16%, aos 7.788,45 pontos, com recuo semanal de 2,14%. A elevação do tom das críticas da Casa Branca à China pressionou os mercados acionários e prejudicou ações do setor industrial, cujo subíndice do S 500 cedeu 0,49%, com as ações da Caterpillar em queda de 2,19% e as da Boeing em recuo de 0,90%. Na quinta-feira, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, atacou a potência asiática e afirmou que a China faz proveito de questões que geram controvérsia, como as tarifas sobre importações aplicadas por Washington a vários países, para "avançar a sua influência política" sobre a opinião pública americana. Hoje, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que os EUA não podem aceitar práticas comerciais chinesas que sejam injustas. As giant techs também apresentaram fortes perdas. O destaque foi para os papéis da Intel, que recuaram 2,29%, enquanto os da Apple caíram 1,62% e os da Amazon cederam 1,04%. Os índices nova-iorquinos ainda sofrem influência da onda vendedora de Treasuries que começou nesta semana, à medida que diversos dirigentes do Fed sinalizaram que a alta de juros no país pode ser ainda mais rápida do que espera o mercado. O retorno da T-note de dez anos voltou a avançar para o maior nível desde 2011, a 3,236%. O tom hawkish, claro, foi capitaneado pelo presidente da instituição, Jerome Powell, que afirmou nos últimos dias que as taxas de juros no país ainda estão em um nível acomodatício e longe de um patamar considerado neutro. O contexto ganhou força com a divulgação do relatório de empregos do país (payroll), que, apesar de ter apontado criação de novas vagas menor do que o esperado (134 mil, ante previsão de 185 mil na mediana de 33 projeções compiladas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, mostrou declínio na taxa de desemprego, que recuou de 3,9% em agosto para 3,7% em setembro, no menor nível desde 1969, de acordo com o Departamento do Trabalho americano. Investidores acompanharam ainda a divulgação do déficit comercial dos EUA, que cresceu de US$ 50,04 bilhões em julho (dado revisado) para US$ 53,24 bilhões em agosto, de acordo com o Departamento do Comércio, alta pouco menor do que a projeção de analistas, de US$ 53,4.