Jornal Correio Braziliense

Economia

PMI de Serviços cai para 46,4 pontos em setembro, diz IHS Markit

O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços brasileiro caiu de 46,8 pontos em agosto para 46,4 pontos em setembro, informou nesta quarta-feira, 3, a IHS Markit. O movimento é a mais acentuada queda da atividade do setor de Serviços no Brasil desde fevereiro de 2017, aponta a empresa. Já o PMI composto, que engloba também o setor industrial, sofreu uma queda ligeiramente mais intensa, passando de 47,8 pontos para 47,3 pontos na mesma base de comparação, no patamar mais baixo desde junho. A atividade no setor está pressionada pelo cenário de indefinição política, assim como pela fragilidade econômica, demanda reduzida e inadimplência por parte dos clientes, aponta a IHS Markit. "As empresas observaram uma redução renovada na quantidade de novos negócios e relataram quedas adicionais tanto para o volume de produção quanto para o nível de empregos. Um aumento sólido nos preços médios de venda que, por sua vez, resultou de pressões acentuadas e constantes sobre os custos no setor, pressionou a capacidade das empresas de garantir novos trabalhos", aponta a empresa em relatório. "A situação foi de mal a pior para o setor de serviços em setembro, com um declínio renovado na quantidade de novos pedidos arrastando para baixo a atividade de negócios, como um todo, ao ritmo mais rápido em mais de um ano e meio", corrobora o diretor de Economia da IHS Markit, Paul Smith. "Com o crescimento da produção do setor industrial também perdendo impulso no mês, o setor privado encerrou o terceiro trimestre com seu declínio mais acentuado no volume de produção desde junho", explica. No terceiro trimestre do ano, o índice ficou em 47,8 pontos, na média trimestral mais baixa desde o quarto trimestre de 2017. Por um lado, a quantidade de novos trabalhos sofreu a primeira queda em quase um ano e meio, aponta a Markit IHS. Por outro, o crescimento do volume de pedidos do setor industrial se intensificou "e atingiu o seu ponto mais rápido desde abril". O quadro levou as empresas a avançar na entrega de pedidos em atraso na segunda taxa mais intensa da série histórica. "Esse fato, combinado com tentativas contínuas de contenção de gastos, fez com que algumas empresas reduzissem o número de empregos mais uma vez. O ritmo de corte de empregos foi sólido, mas mais fraco do que o observado em agosto", diz o relatório. Com aumento de custos dos insumos, maiores gastos após negociações sindicais e desvalorização do real, as empresas aumentaram suas tarifas em setembro. "A pesquisa destacou a continuidade de um ambiente operacional desafiador para os negócios, com relatos de tensões políticas pressionando a demanda e clientes inadimplentes. Parte do problema permanece sendo o fato de que as empresas não conseguem estimular a demanda através de preços mais competitivos, pois há uma necessidade constante de repassar aos clientes pelo menos parte do aumento das cargas de custos.", explica Smith. A confiança no setor sofreu uma ligeira queda, aponta a Markit IHS. "De um modo geral, as empresas permaneceram otimistas em relação às perspectivas de atividade para daqui a 12 meses, encorajadas por expectativas de que as condições econômicas se normalizem e que os investimentos sejam retomados após a eleição presidencial", aponta a empresa.