A produção industrial tombou pelo segundo mês consecutivo. Os dados divulgados na manhã desta terça-feira (2/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em agosto, a taxa caiu 0,3% em comparação com julho. Nos últimos dois meses, o recuo é de 0,4%.
O resultado revela que a indústria ainda não se recuperou completamente dos impactos gerados pela greve dos caminhoneiros, que fez a produção despencar 10,9% no mês. De lá para cá, o setor esboçou uma reação de 12,7%, em junho, mas retraiu 0,2% em julho e 0,3% nos dois meses seguintes, respectivamente.
Apesar disso, o setor industrial mostra uma melhora em relação ao ano passado. Em agosto, a alta foi de 2% frente ao mesmo mês de 2017. Este é o terceiro resultado positivo em sequência na comparação interanual.
Esse movimento tem permitido que a indústria cresça 2,5% no acumulado de 2018. Em 12 meses, avança 3,3%. O movimento ocorre porque a atividade econômica deste ano está mais aquecida do que em 2017, mas ainda está muito abaixo do esperado. A previsão atual dos analistas é de um crescimento de 1,35% do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa é pior do que o esperado no início deste ano, de uma expansão de 3%.
Variação mensal da produção industrial:
Maio: -10,9%
Junho:12,7%
Julho: -0,2%
Agosto: -0,2%
Dos 26 ramos industriais analisados, 14 recuaram em agosto, na comparação com julho. Entre os setores, a principal influência negativa foi registrada por produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que recuou 5,7%, interrompendo o comportamento predominantemente positivo presente desde março de 2018. Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria vieram de bebidas (-10,8%), de produtos alimentícios (-1,3%) e de indústrias extrativas (-2,0%).
Na contramão, veículos automotores, reboques e carrocerias (2,4%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,3%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (5,1%) e celulose, papel e produtos de papel (2,0%) tiveram desempenho positivo.
Entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários (-2,1%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,6%) retraíram em agosto frente a julho. O segmento de bens de capital avançou 5,3%, assinalando o avanço mais acentuado em agosto de 2018 e reverteu parte do recuo de 5,4% verificado no mês anterior. O setor produtor de bens de consumo duráveis (1,2%) também mostrou resultado positivo nesse mês.