As bolsas de Nova York encerraram em alta as negociações desta quinta-feira, 27, com impulso dos ganhos das empresas de tecnologia e ajudadas por um maior apetite por risco, à medida que investidores digerem a decisão de ontem do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de aumentar a taxa de juros e em meio a indicadores da economia americana.
O índice Dow Jones registrou alta de 0,21%, aos 26.439,93, enquanto o S 500 avançou 0,28%, aos 2.914,00 pontos, e o Nasdaq subiu 0,65%, aos 8.041,97 pontos.
Uma onda vendedora nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, que sugere um movimento de migração a ativos de risco, marcou o day after à decisão de política monetária do Fed, que elevou em 0,25 ponto porcentual a taxa de juros no país, para a faixa entre 2,00% e 2,25%, além de sinalizar a continuidade da trajetória de aperto monetário gradual. Durante coletiva de imprensa realizada após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou que a economia americana está forte, o que vem se reproduzindo nos indicadores.
Nesta amanhã, o Departamento do Comércio dos EUA informou que as encomendas de bens duráveis no país cresceram 4,5% na passagem de julho para a gosto, bem acima da projeção de avanço de 2,1% esperada por analistas. Além disso, a terceira revisão do Produto Interno Bruto (PIB) americano do segundo trimestre mostrou crescimento em base anualizada de 4,2% em relação aos três primeiros meses do ano.
Dado o forte cenário de crescimento econômico nas terras de Donald Trump, os investidores foram às compras, preferindo montar posição em empresas de tecnologia, consideradas de alto rendimento. Antes da abertura dos negócios, o JPMorgan iniciou a cobertura das ações da Apple e classificou os papéis como overweight (acima da média do mercado), além de fixar o preço-alvo em US$ 272. "Embora a posição de liderança da Apple no mercado de smartphones premium seja bem compreendida pelos investidores, ainda vemos uma considerável alta no preço das ações em relação aos níveis atuais", escreveu o analista Samik Chatterjee, do JPMorgan.
A lufada otimista que o banco injetou na Apple acabou por puxar para cima os papéis de outras empresas de tecnologia, como Twitter (+1,41%) e Facebook (+1,13%), que ajudaram o subíndice de comunicação do S 500 a fechar com ganho de 0,80%, para 1.651,18 pontos.
Próximo ao fim do pregão, os investidores se atentaram aos rumos a serem tomados pela Tesla. O presidente-executivo da companhia, Elon Musk, foi processado pela SEC, a CVM dos EUA, segundo documentos judiciais arquivados nesta quinta-feira. Em agosto, Musk havia informado, em seu perfil no Twitter, que considerava fechar o capital da Tesla caso a ação atingisse US$ 420. A informação, divulgada pouco antes do fechamento dos negócios regulares, fez com que o papel da empresa encerrasse o dia com queda de 0,67% e desabasse mais de 11% no after hours.