O presidente Michel Temer voltou a dizer nesta terça-feira (25) que a reforma da Previdência está pronta para ser votada no Congresso e que buscará o apoio do novo presidente eleito para que a apreciação ocorra em novembro deste ano. Temer falou em entrevista exclusiva à NBR, emissora pública do governo, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. "É importante que o governo se articule com o novo presidente", disse.
Como a reforma previdenciária em tramitação no Congresso é uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), Temer admitiu a possibilidade de suspender a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro para viabilizar a votação da matéria.
Na segunda-feira, 24, em encontro com empresários americanos e brasileiros em Nova York, Temer disse que irá trabalhar para emplacar a reforma da Previdência. "Procurarei o presidente eleito. E tenho certeza que, ao procurá-lo, ele atentará para o fato de que a medida é indispensável. Não é essencial para um governo, é essencial para o Brasil", afirmou Temer, apostando superar o que chamou de "dificuldade de natureza eleitoral" para aprovar a reforma nos dois meses finais de seu mandato.
Ao falar sobre eleições, ele afirmou ainda que não há espaço para alternativas políticas à democracia no País. "Hoje não existe no Brasil qualquer espaço político para que prosperem alternativas ao estado democrático de direito", afirmou. "Nós consolidamos três consensos fundamentais (desde a Constituição Federal de 1988): primeiro, em torno da democracia. Depois, em torno da estabilidade macroeconômica. E em torno do imperativo das políticas sociais", afirmou o presidente. Ele disse que não tem a intenção de "prever cenários", mas sim apresentar elementos sobre a dinâmica brasileira.
"Vamos ser bastante objetivos, o fato é que os principais candidatos podem discordar sobre muita coisa, mas coincidem quanto a cada um dos três contextos. Nenhum deles pôs em dúvida a democracia, e nem haveria espaço para isso", disse Temer, garantindo aos empresários que "não haverá volta atrás" em reformas empreendidas em seu governo, como a trabalhista ou o teto dos gastos públicos. "As (reformas) que ainda estão por fazer são inevitáveis", disse, em menção à reforma tributária e da previdência.