O Conselho Estatal, o gabinete da China, acusou o governo dos Estados Unidos por sua postura no comércio e por abandonar importantes canais de comunicação, no dia em que uma nova rodada de tarifas entre os países entra em vigor. Em texto publicado na agência estatal Xinhua nesta segunda-feira, o escritório de informação do gabinete afirma que o governo do presidente americano, Donald Trump, foi responsável por um recuo em 40 anos de esforços para resolver diferenças de modo racional e para fomentar a estabilidade econômica global.
A comunicação do gabinete não fez novas ameaças no comércio, mas citou preocupações com a postura do governo americano e disse que sempre responde às preocupações americanas com a maior paciência e boa fé. O texto descreve a política "América em Primeiro Lugar" de Trump como um abandono das normas de respeito mútuo e consultas. "Em vez disso, ele prega descaradamente unilateralismo, protecionismo e hegemonia econômica, fazendo acusações falsas contra muitos países e regiões, particularmente a China, intimidando outros com medidas econômicas como a imposição de tarifas, e tentando impor seus próprios interesses sobre a China por meio da pressão extrema."
As novas tarifas dos EUA entram em vigor nesta segunda-feira, contra US$ 200 bilhões em produtos chineses. No mesmo dia, começa a vigorar a retaliação chinesa contra US$ 60 bilhões em produtos dos EUA. Trump já ameaçou impor tarifas sobre mais US$ 257 bilhões em produtos chineses e Pequim decidiu não participar do diálogo sobre comércio proposto pelos EUA, segundo reportado anteriormente pelo Wall Street Journal.
O governo da China ainda afirmou que protege a propriedade intelectual, após acusações dos EUA de violações de Pequim nessa área. Fonte: Dow Jones Newswires.