A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal e Cosméticos (Abihpec) prevê um crescimento real de 1,5% a 2% no faturamento do setor em 2018. A entidade considerou que o desempenho foi fraco na primeira metade do ano, com vendas estagnadas ante igual período do ano passado, mas acredita que há maior otimismo ao final do ano.
O presidente executivo da Abihpec, João Carlos Basílio, avaliou que esse desempenho projetado para o ano frustra expectativas iniciais. A greve dos caminhoneiros em maio foi apontada como um evento que afetou o desempenho da indústria. "Tem sido um ano bastante difícil, mas esperamos crescimento mesmo num ambiente afetado pela greve, pela Copa do Mundo e as eleições", disse.
Apesar do crescimento real baixo da indústria como um todo, Basílio apontou que há expectativas mais favoráveis para algumas categorias, como a de perfumes. Ele ponderou que, em momentos de crise, a perfumaria se beneficia do crescimento do modelo de venda direta.
A projeção da Abihpec é de crescimento de 8% nas vendas de perfumaria em 2018. "O segmento tem uma grande participação na venda direta e esse é um canal que cresce na crise por fatores sociais", comentou. O maior desemprego tende a elevar o número de vendedores em companhias que atuam com esse tipo de venda porta a porta, comentou.
A Abihpec sondou ainda indústrias associadas com relação às expectativas para 2019.
Basílio avaliou que, embora uma previsão para o ano que vem seja difícil diante da indefinição no cenário político, a maioria das empresas do setor espera acelerar o crescimento de vendas. Executivos do setor esperam, em média, crescimento de 4,1% em 2019.
Se confirmado o crescimento mais forte no ano que vem, o setor de higiene pessoal e cosméticos terá retomado até 2020 o mesmo patamar de vendas de 2015, anterior à crise.