No quarto corte consecutivo, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) reduziu de 1,5% para 1,4% a previsão ao crescimento da economia neste ano.
Até maio, antes da greve dos caminhoneiros, a expectativa do comitê de acompanhamento macroeconômico da entidade - composto por 25 economistas de instituições associadas - era de crescimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Nas reuniões seguintes, a projeção caiu para 2,4% e 1,6%, até chegar ao 1,5%, que agora também está sendo reduzida.
"Os investimentos estão em compasso de espera. A definição da agenda do próximo ano deve contribuir para uma recuperação do ritmo de crescimento", afirmou, em nota, Fernando Honorato, presidente do comitê da Anbima, acrescentando que, se as reformas avançarem em 2019, as expectativas devem melhorar, diminuindo riscos para a inflação e juros.
A previsão para a taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 6,5% até o fim deste ano, mas a expectativa para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4% para 4,2%. Da mesma forma, a projeção média à cotação do dólar no fim do ano subiu de R$ 3,68, discutida na reunião anterior, realizada pelo grupo em julho, para R$ 3,85. Com o avanço da inflação, a expectativa do comitê da Anbima é que a Selic volte a subir em maio, para 7%, terminando 2019 em 8% ao ano.