Jornal Correio Braziliense

Economia

Após abertura em alta, questão política pesa e Ibovespa troca sinal

O Ibovespa abriu a sessão desta quinta-feira, 13, em alta, seguindo o indicativo do pré-mercado, e tentava uma recuperação em dia de calmaria nos mercados internacionais. No entanto, cerca de meia hora após o início do pregão, trocou o sinal acompanhando a deterioração dos outros ativos, como câmbio e juros. Segundo analistas, as oscilações ocorreram dentro do ambiente de inúmeras incertezas que envolvem as questões eleitorais. "A política pesa muito, principalmente agora com a questão de saúde de Jair Bolsonaro, o único de direita com chances e que ainda tem ideias mais reformistas", afirma Victor Cândido, economista-chefe da Guide Investimentos. Com perdas acumuladas na semana de 1,69%, o Ibovespa oscilava pouco antes do fechamento deste texto em torno da estabilidade. Os investidores no mercado externo mostram apetite pelo risco e isso pode ajudar no ajuste levemente positivo por aqui. Às 11h13, o Ibovespa operava em baixa de 0,09%, aos 75.076 pontos, com indicativo negativo também no índice futuro. Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que as vendas no varejo caíram 0,5% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou aquém da mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, positiva de 0,30%, com base nas previsões de queda de 1,20% a avanço de 1,10%. Foi o terceiro recuo seguido nessa base de comparação. No exterior, pela manhã, o Banco Central da Turquia subiu a taxa básica de juros de 17,75% para 24%. Em outra decisão de política monetária, essa já esperada, o Banco Central Europeu manteve os juros e seu programa de compra de bônus. Nesse contexto, a maior parte das bolsas europeias operava em alta assim como os índices do mercado acionário dos Estados Unidos. A decisão do governo americano de abrir negociações comerciais com a China pode seguir sendo um fator positivo para os negócios. Ao mesmo tempo, o movimento de fortalecimento das moedas de países emergentes ante o dólar deve também abrir caminho para um novo ajuste por aqui. Entre as commodities, as cotações dos contratos futuros de petróleo sinalizam quedas, com Brent, para novembro, recuando em torno de 0,80% e WTI, para outubro, perdendo por volta de 1%. Na contramão, o preço do minério de ferro subiu 0,59% no porto de Qingdao, na China.