O dólar teve uma sessão volátil nesta segunda-feira, 10, dia marcado por cautela com o cenário eleitoral, com as mesas de operação aguardando a nova pesquisa do Datafolha, que sai na noite de hoje. A moeda norte-americana subiu ante divisas de alguns emergentes, como Argentina, Turquia e Colômbia, ajudando a manter o tom defensivo nos negócios do dia. O dólar à vista terminou o dia em R$ 4,0832, em leve queda de 0,04%. No mercado futuro, o contrato de outubro subiu 0,63%, para R$ 4,0945.
Pela manhã, o dólar teve um movimento de ajustes a dois fatores: ao feriado de sexta-feira no Brasil, que teve mercado aberto no exterior e divulgação de fortes dados do mercado de trabalho nos EUA, e à rápida queda que a moeda teve na tarde de quinta-feira, com a avaliação que o ataque sofrido por Jair Bolsonaro (PSL) deve reduzir as chances da esquerda na corrida presidencial.
A pesquisa do Datafolha pode confirmar esta tendência, destaca o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. Ele ressalta que sondagem divulgada hoje por uma instituição financeira já mostrou o crescimento de Bolsonaro. "Ele tinha segundos no horário eleitoral, e desde o ataque passou a ter toda atenção do noticiário", ressalta o ele.
A moeda norte-americana chegou a renovar máximas no começo da tarde, encostando em R$ 4,13. Mas perdeu força em seguida e passou a operar abaixo dos R$ 4,10. Na mínima do dia, batida pela manhã, caiu a R$ 4,05. O diretor de tesouraria de um banco ressalta que, faltando menos de 30 dias para os brasileiros irem às urnas, a incerteza sobre a eleição é muito alta. Há ao menos cinco candidatos com chances reais de chegar ao segundo turno e, dependendo de quem for, o dólar pode se consolidar acima de R$ 4,00 ou cair abaixo desse nível, ressalta ele. O que daria alívio ao mercado, diz ele, seria o vencedor assegurar que vai manter o tripé macroeconômico, buscando o equilíbrio fiscal, mantendo o câmbio flexível e o regime de metas de inflação.
A Nomura fez uma sondagem com investidores perguntando o grau em que os candidatos são percebidos como "amigáveis ao mercado", em uma escala de 0 a 10, com 10 sendo o mais amigável possível e, neste caso, provocar a reação mais positiva nos preços dos ativos. Alckmin ficou com a nota 8,7, Bolsonaro com 5,5, Marina Silva com 4,5, Fernando Haddad com 2,5 e Ciro Gomes com 2,3.