A greve de caminhoneiros afetou atividades como a indústria de transformação, os transportes e o comércio, mas foi um conjunto de fatores macroeconômicos que impediu um crescimento maior da economia no segundo trimestre, apontou Claudia Dionísio, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Claudia, a alta de apenas 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre do ano ante o primeiro trimestre significa que a economia ficou estável, manteve-se praticamente no mesmo patamar. Para Claudia, embora os dados de junho tenham compensado parte da perda causada pela crise de desabastecimento em maio, o saldo líquido no trimestre foi negativo.
"De fato a greve impactou o PIB, porque os demais fatores conjunturais continuaram, só que, além disso, no trimestre, a gente teve a greve dos caminhoneiros que de certa forma impactou várias atividades. Afetou consumo das famílias, afetou indústria. Mas não podemos deixar de olhar também para o mercado de trabalho, para a inflação, para a taxa de juros, para todos os demais. A desvalorização cambial também impacta investimentos, na medida que boa parte dos produtos são importados", enumerou a gerente do IBGE.
A pesquisadora lembrou que qualquer fator que afeta as decisões dos agentes e gera incerteza tem impacto sobre as atividades e a economia. "Mas a greve de caminhoneiros foi uma das principais influências sobre o PIB do segundo trimestre", disse Claudia.