Jornal Correio Braziliense

Economia

Ambev acelera pesquisas para acompanhar desejos dos consumidores

Inaugurado neste mês, novo centro de inovação cervejeira, de 15 mil metros quadrados, no Rio de Janeiro, já desenvolveu duas cervejas, uma delas apenas para o mercado mineiro

São Paulo ; As cervejas artesanais e o hobby de fazer a bebida em casa têm conseguido um contingente crescente de seguidores. Mas as grandes cervejarias não querem ficar atrás nessa mudança de perfil de consumo que vem sendo construída nos últimos anos.

A Ambev inaugurou neste mês um centro de tecnologia e inovação cervejeira (CIT), no Rio de Janeiro, com 15 mil metros quadrados de área ; um pouco maior que dois campos de futebol. É a sexta unidade do gênero do grupo ABI Inbev no mundo. O objetivo é desenvolver desde embalagens a novas formulações de diferentes bebidas.

Foram investidos cerca de R$ 180 milhões em toda a estrutura, instalada no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Também ocupam o espaço empresas como a Petrobras, a L;Oréal e a GE. Nos últimos 10 anos, os investimentos totais chegaram a R$ 1 bilhão.


Desgustações diárias

A equipe conta com 80 funcionários ; 10 deles são mestres cervejeiros dedicados ao desenvolvimento de novas bebidas. O trabalho é puxado. São ao menos 40 sessões de degustação por mês, ou seja, no mínimo uma por dia. Apesar de a inauguração ser recente, os trabalhos começaram a ser realizados no início do ano.

Até agora, o time já conseguiu colocar duas novas bebidas no mercado. A Serrana, cerveja tipo pilsen produzida na unidade de Sete Lagoas (MG), por enquanto é vendida apenas no mercado mineiro. A Skol Hops, uma versão com lúpulos mais aromáticos, segundo a empresa, começa a ter distribuição nacional neste mês. A bebida foi premiada recentemente no World Beer Awards 2018, espécie de Copa do Mundo da cerveja, com a Country Winner na categoria hop pilsner.

Segundo o mestre cervejeiro Daniel Bruman, diretor do CIT da Ambev, com o novo espaço será possível produzir três vezes mais projetos do que no passado e na metade do tempo. ;Qualquer produto que for destinado à América Latina nascerá no Centro do Rio;, explica. Também poderá ser feito um intercâmbio entre as ideias desenvolvidas no Parque Tecnológico do Rio de Janeiro e as outras unidades globais de pesquisa do grupo ABI Inbev.


Geração das redes sociais

Essa agilidade que os projetos passam a ter a partir de agora é muito importante para atender aos consumidores que esperam por novidades em um espaço de tempo cada vez menor. ;Toda essa experiência que os jovens experimentam hoje nas redes sociais e em outras fontes de informação mudou as formas de comunicação. Isso faz com que a inovação tenha de ser o carro-chefe da empresa;, lembra.

Apesar de não poder antecipar detalhes, Bruman avisa que outros novos produtos chegarão ao mercado ainda neste ano. ;O desafio desse projeto é grande porque cada vez mais vamos inserir novas tecnologias no processo de produção. Esse trabalho inclui da avaliação da qualidade da bebida à qualidade da embalagem;, diz o executivo.

O CIT vai se dedicar não apenas a pesquisas na área de cervejaria, mas também em sucos, refrigerantes e isotônicos. Além disso, os técnicos têm equipamentos para o desenvolvimento de novas soluções de embalagem, como impressoras 3D. Bruman sabe que nem todos os produtos terão vida longa, ;mas nem por isso deixarão de ser inovadores e vão atender à expectativa dos consumidores;.