O governo central, que inclui Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, registrou deficit primário de R$ 7,5 bilhões em julho, dado 64,2% inferior, em termos reais (descontada a inflação) ao registrado no mesmo período de 2017 e quase a metade do rombo esperado pelo mercado, graças ao aumento das receitas extraordinárias, como royalties do petróleo incluídas no item CotaParte de Compensações Financeiras, que somou R$ 5,7 bilhões no mês passado. Isso mostra que as altas do petróleo e do dólar estão ajudando as contas públicas indiretamente, pois o governo ainda não fez o dever de casa e continua gastando mais do que arrecada. E a tendência é de piora com os reajustes nos salários do funcionalismo que estão por vir em detrimento de melhores serviços para os contribuintes.
Conforme dados do Tesouro divulgado nesta quinta-feira (30/08), a receita líquida cresceu 14,3% em julho, em termos reais, em relação ao mesmo intervalo do ano passado, somando R$ 106,4 bilhões. As despesas encolheram 0,2% na mesma base de comparação, para R$ 113,9 bilhões. No acumulado do ano, a receita líquida cresceu 7,6% e as despesas aumentaram 1,9%. O rombo fiscal do governo federal ficou em R$ 38,8 bilhões, o terceiro pior resultado da série histórica do Tesouro, iniciada em 1997. Em 12 meses até julho, o deficit primário soma R$ 88,5 bilhões, também o terceiro pior da história, mas praticamente a metade (55%) da meta fiscal negativa em R$ 159 bilhões.
De janeiro a julho, as contas do Tesouro registraram um superavit primário de R$ 66,9 bilhões, registrando um salto de 219%, em termos reais, em relação ao registrado no mesmo período de 2017. Contudo, o rombo da Previdência cresceu 9,3%, para R$ 105,3 bilhões. O BC, por sua vez, registrou déficit de R$ 482 milhões, um avanço de 3,5%.