Os juros futuros confirmaram no fechamento da sessão regular desta terça-feira, 28, o movimento de alta que conduziu as taxas durante todo o dia, alinhadas à pressão no câmbio, numa terça-feira ruim para moedas emergentes. A ponta longa da curva foi a mais afetada, acompanhando de perto a oscilação do dólar, com as taxas renovando máximas à tarde, na medida em que o dólar voltava a flertar com os R$ 4,14. Na última hora, o dólar bateu máximas e o Ibovespa, mínimas.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 encerrou em 8,49%, de 8,45% no ajuste anterior, e a taxa do DI para janeiro de 2021 subiu de 9,61% para 9,66%. O DI para janeiro de 2023 fechou com taxa de 11,28%, de 11,18%, e a do DI para janeiro de 2025 avançou de 11,89% para 12,01%.
Para a economista-chefe da Icatu Vanguarda, Ana Flavia Oliveira, o movimento das taxas desta terça é de correção. "Ontem, houve otimismo com emergentes após o acordo dos Estados Unidos com o México, que contaminou aqui, mas hoje já não temos mais essa influência benigna. A realidade é negativa para o Brasil, por causa do cenário eleitoral", resumiu.
Renato Botto, gestor de renda fixa da Absolute Investimentos, afirma que "o momento não é bom para os emergentes", tendo cada um deles uma realidade local complicada, casos do Brasil, Turquia e Argentina, em especial.
O dólar começou a tarde com comportamento misto ante divisas de economias emergentes, mas ao longo do período foi se fortalecendo, sendo o real uma das moedas mais penalizadas.
Outros destaques negativos são a lira turca e o peso argentino. O Banco Central da República da Argentina (BCRA) já fez nesta terça dois leilões de dólares, de US$ 300 milhões cada um, mas o mercado comprou somente US$ 100 milhões em cada operação, não conseguindo segurar a alta da moeda americana.
Internamente, os investidores aguardam novidades do noticiário eleitoral, de olho na participação do candidato Jair Bolsonaro (PSL) no período da noite no Jornal Nacional, da TV Globo.
Ao mesmo tempo, acompanham a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), onde a Primeira Turma está decidindo se recebe ou não denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o candidato. No momento, a sessão está suspensa para intervalo regimental.
Às 16h34, o dólar à vista era cotado em R$ 4,1405 (+1,45%) e o Ibovespa recuava 0,79%, aos 77.314,03 pontos.