A nota enviada anteriormente contém uma incorreção no texto, no segundo parágrafo. O déficit em conta de US$ 4,433 bilhões em julho é o pior resultado para o mês desde 2015, quando o resultado negativo foi de US$ 5,685 bilhões - e não desde 2014, como constou. Segue o texto corrigido.
Após o superávit de US$ 435 milhões em junho, o resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 4,433 bilhões em julho deste ano, informou nesta segunda-feira, 27, o Banco Central. A instituição projetava para o mês passado déficit de US$ 2,5 bilhões na conta corrente.
O número do mês passado ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 5 bilhões a déficit de US$ 500 milhões (mediana negativa de US$ 3,800 bilhões). O déficit representa o pior resultado para meses de julho desde 2015 (déficit de US$ 5,685 bilhões).
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 3,900 bilhões em julho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,010 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 5,509 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 3,202 bilhões.
No acumulado do ano até julho, o rombo nas contas externas soma US$ 8,078 bilhões. A estimativa do BC para 2018, atualizada em junho, é de déficit em conta corrente de US$ 11,5 bilhões.
Já nos 12 meses até julho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 15,005 bilhões, o que representa 0,76% do Produto Interno Bruto (PIB). Este porcentual de déficit ante o PIB é o maior desde maio de 2017 (0,96%).
Lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,746 bilhão em julho, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume menor que os US$ 2,077 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado do ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 8,715 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 20,6 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 3,794 bilhões em junho, ante US$ 4,542 bilhões em igual mês do ano passado.
No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 12,704 bilhões. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 19,1 bilhões.
Viagens internacionais
A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em julho, informou o Banco Central. No mês passado, quando o dólar cedeu 2,62% ante o real (considerando a ptax), a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 1,314 bilhão. Em igual mês de 2017, o déficit nessa conta foi de US$ 1,439 bilhão.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,731 bilhão em junho. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 417 milhões no mês passado.
No ano até julho, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 7,647 bilhões. Para 2018, o BC estima um déficit de US$ 15,0 bilhões para esta rubrica, mais que os US$ 13,2 bilhões de déficit registrados em 2017.