Rio de Janeiro - O Brasil começa a trilhar o caminho para a transição energética e uma das cidades a ser palco dessa mudança é o Rio de Janeiro. Com a discussão em torno do pré-sal e o petróleo, as alternativas para a energia fóssil têm sido alvo de investimentos e projetos cada vez mais concretos.
O CEO e presidente da Siemens no Brasil, André Clark, afirma que o Rio de Janeiro é a capital da transição energética no país, porque grande parte dos reguladores, dos pensadores e da comunidade elétrica estão na cidade. "E tem o lado empresarial, o lado do governo e o lado do público estão todos aqui. Há três anos, o mundo do petróleo não falava com o setor elétrico? Era raríssimo", pontuou.
Para Clark, esses mundos já estão se encontrando, e a união ocorre de uma forma muito "relevante", a começar pelos investimentos que ocorrem atualmente. "Nos últimos dois anos e meio foram feitos investimentos no pré-sal, na transmissão, na distribuição, na compra e aquisição, com transações gigantes. E esses são investimentos que já estão determinados. Confirmam o jogo da transição energética."
O CEO ressalta que, independentemente do resultado das eleições, as empresas do setor elétrico já vivem a mudança. "A própria Siemens tem um projeto de energia térmica no Porto do Açu, que é algo para um horizonte de 30 anos. Mas outras fabricantes, ou até mesmo nossos clientes, têm uma visão parecida."
A Siemens enxerga grandes oportunidades para firmar negócios em geração, transmissão e distribuição de energia. No Porto do Açu, no Rio de Janeiro, é sócia da Prumo no projeto da termelétrica que terá cerca de 1,3 gigawatt (GW) de potência e vai movimentar a indústria de gás natural liquefeito (GNL) no país.
O objetivo da companhia, no setor de fontes renováveis, como eólica e solar, é fornecer os equipamentos, mas sem investir diretamente nos projetos. "É um mercado competitivo", disse Clark, destacando que a tecnologia tem um papel importante para deixar os projetos mais eficientes.
*A repórter viajou à convite da Siemens.