São Paulo ; Os resultados obtidos com a operação brasileira da Galp Energia, petrolífera portuguesa, animaram Carlos Gomes da Silva, CEO da empresa, durante a divulgação dos resultados do primeiro semestre. A companhia anunciou lucro de 387 milhões de euros, aumento de 68% em comparação ao desempenho dos primeiros seis meses de 2017.
Durante conferência com analistas, o executivo não descartou o aumento de investimentos no país, onde a empresa opera há 20 anos. O executivo avalia a possibilidade de novos negócios. ;Conhecemos muito bem os recursos do Brasil e olhamos sempre para este mercado com uma abordagem de criação de valor;, disse.
No mês passado, a Galp confirmou a compra de uma participação de 3% na licença do bloco BM-S-8 (Caracará), na bacia de Santos (litoral paulista), que estava nas mãos da Equinor (ex-Statoil), com o desembolso de US$ 114 milhões. Aos analistas, Silva afirmou que irá continuar a olhar para diferentes oportunidades no mercado brasileiro. Antes, em junho, a companhia, por meio da subsidiária Petrogal Brasil, adquiriu 14% de participação no bloco de exploração petrolífera Uirapuru, na 4; Rodada de Partilha de Produção realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
[SAIBAMAIS]O aumento da produção de petróleo e gás no Brasil, além do resultado melhor da cadeia de abastecimento e a medidas de eficiência energética, levou a companhia a aumentar a produção média total em 20%, para 108,1 mil barris diários, na comparação com igual período de 2017.
A entrada em operação da sétima unidade do tipo FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading), instalada no pré-sal da bacia de Santos, ajudou no desempenho ao chegar à sua capacidade máxima. Mas também contou nesse resultado a alta do barril de petróleo no mercado internacional, que aumentou cerca de US$ 20 em comparação ao ano passado.
A previsão da petroleira é de que a produção continue a avançar em 2019, graças à entrada em operação prevista para 2018 de duas unidades de produção adicionais no Brasil.
A Petrobras é uma das principais parceiras da Galp Energia no Brasil. Apesar dos problemas da empresa brasileira nos últimos anos, o CEO da petroleira portuguesa diz que nada mudou na relação entre as duas, que continuam ;a trabalhar de forma próxima;. ;A relação entre as empresas vai além disso;, disse Silva, em referência aos percalços causados pelas denúncias de corrupção e, mais recentemente, os problemas causados pela greve dos caminhoneiros, como a interferência do governo na política de preço do diesel, que resultou no pedido de demissão de Pedro Parente.
A Galp opera na bacia de Santos desde 2000 e tem negócios nas bacias de Potiguar, Pernambuco-Paraíba e na bacia de Barreirinhas. Além disso, atua em projetos onshore como operadora de blocos na bacia de Sergipe-Alagoas e de Parnaíba. De janeiro a junho, a exploração e produção nesses projetos aumentou 23%.
Com os investimentos feitos até hoje, a Galp se tornou uma das quatro maiores produtoras de petróleo do país. Em fevereiro, foi anunciado que os investimentos no pré-sal brasileiro serão de cerca de 1 bilhão de euros até 2020.
Outra petroleira que destacou o potencial da participação brasileira em seu resultado foi a BP, que teve lucro líquido de US$ 2,8 bilhões no segundo trimestre, aumento de 19,4 vezes em relação aos US$ 144 milhões obtidos entre abril e junho de 2017. Assim como foi apontado pela Galp, a alta do preço do barril de petróleo contribuiu para os bons números.
Segundo a companhia, a expansão da operação no pré-sal brasileiro após a vitória na 4; rodada da ANP, em junho, deve ter impactos positivos nos seus números.