[FOTO1]
Os juros futuros fecharam a sessão regular desta quinta-feira, 5/7, em alta, pressionados principalmente pelo desconforto com o patamar do câmbio, num dia em que o principal evento da agenda foi externo, a ata do Federal Reserve, mas que não teve muito efeito direto sobre as taxas. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 terminou em 6,910%, de 6,849% na quarta-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2020 subiu de 8,37% para 8,44%. A taxa do DI para janeiro de 2021 encerrou a 9,41%, de 9,32% no ajuste de quarta, e a do DI para janeiro de 2023 fechou em 10,77%, de 10,64%.
Pela manhã, fatores técnicos relacionados ao leilão de venda de Letras do Tesouro Nacional (LTN) já puxavam as taxas para cima, mas, mesmo depois da operação, os juros mantiveram-se em alta. Segundo profissionais da renda fixa, na semana passada o Tesouro havia sinalizado que poderia fazer o leilão tradicional a depender das condições do mercado, mas só confirmou a operação nesta manhã, após a pesquisa de demanda nas mesas. "Essa indefinição trouxe um pouco de estresse ao mercado", afirma um broker. O Tesouro vendeu integralmente o lote de 3,5 milhões de títulos.
Além disso, com o dólar já instalado acima dos R$ 3,90, o mercado retoma as preocupações com a política monetária, acentuadas pelo fato de que o Banco Central não tem atuado com leilões extraordinários no câmbio. Na curva a termo, a precificação para a Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em agosto já aponta 100% de chance de aumento de 0,25 ponto porcentual, ante 70% ontem.
Perto das 16h30, o dólar à vista subia 0,51%, aos R$ 3,9331, tendo superado R$ 3,94 nas máximas, atingidas logo após a divulgação da ata do Fed. Embora não tenham visto no documento novidades em relação ao comunicado da decisão, analistas afirmam que a ata reforça a ideia de alta de juros nos Estados Unidos, dada a visão otimista dos dirigentes sobre a economia. Ainda, o Fed demonstrou preocupação com a recente alta do dólar ante as moedas emergentes, como o real. "O dólar apreciou notavelmente contra várias moedas emergentes (principalmente as da Argentina, Turquia, México e Brasil), à medida que as taxas nos EUA sobem desde o final de 2017. Juntamente com a evolução política e outras questões, esse movimento intensifica as preocupações sobre as vulnerabilidades financeiras", comentou a instituição.