Para fechar o acordo, o governo aceitou tirar R$ 9,5 bilhões do seu caixa, dinheiro usado para compensar as refinarias da Petrobrás e importadores por não elevarem muito suas tabelas. Esse grupo de empresas, situado na ponta da cadeia produtiva, fornece o diesel para as distribuidoras que, em seguida, repassam o produto para os postos, após misturarem biocombustível a ele. Além dessa medida, o Congresso aprovou a desoneração do PIS e Cofins incidentes no diesel e, em alguns Estados, como no Rio de Janeiro, a alíquota de ICMS foi reduzida
No fim das contas, a previsão é que mais de R$ 13 bilhões de dinheiro público sejam gastos para baixar o preço aos consumidores e para que o acordo firmado com os caminhoneiros finalmente seja cumprido. Mas não é certo que isso aconteça, porque, como por lei distribuidoras e revendedores têm liberdade de definir seus preços, não há garantia de que o desconto atingirá os motoristas.
A greve dos caminhoneiros foi iniciada no dia 21 de maio, quando o preço do combustível disparou nos postos. Antes disso, o litro do diesel estava sendo negociado, em média, a R$ 3,788 em todo o País. Com a intervenção do governo, chegou a R$ 3,434 na semana passada. Para que o acordo firmado pelo presidente Michel Temer com os caminhoneiros seja considerado exitoso, com desconto total de R$ 0,46 por litro na bomba, é preciso que o combustível não custe mais que R$ 3,328.
Na cidade de São Paulo, a redução de preço foi maior do que a da média brasileira. Na capital paulista, o litro do diesel está R$ 0,27 mais barato, sendo comercializado a R$ 3,271. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.