Após a greve dos caminhoneiros e as iniciativas do governo federal para subsidiar o preço do óleo diesel, os economistas aumentaram de R$ 138,5 bilhões para R$ 151,1 a projeção de rombo nas contas públicas de 2018. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (14/6) pelo Ministério da Fazenda, através do Prisma Fiscal de junho.
A alta na previsão do déficit foi de R$ 12,6 bilhões. O movimento ocorreu depois que os analistas estimaram menor arrecadação e despesas, além de um aumento das despesas.
Na arrecadação, a piora estimada é de R$ 8 bilhões, saindo de R$ 1,445 trilhão para R$ 1,453 trilhão. Por sua vez, a despesa saiu de R$ 1,359 trilhão para R$ 1,367 trilhão, ou seja, piora também de R$ 8 bilhões.
Já para os ganhos da receita, a previsão ficou R$ 2 bilhões a menos do que o esperado, passando de R$ 1,219 trilhão para R$ 1,217 trilhão. Por conta do déficit maior nas contas públicas, a previsão de dívida bruta saiu de 75% do Produto Interno Bruto (PIB) para 75,8% do PIB.
O governo federal precisa cumprir a meta fiscal, que é de um déficit de até R$ 159 bilhões. Em 2017, o rombo previsto nas contas públicas era o mesmo, mas as contas terminaram o ano com prejuízos de R$ 124 bilhões. Apesar disso, as perdas serão maiores neste ano.
A investida do governo federal para subsidiar os preços do diesel ajudou a piorar o cenário das contas públicas, que já estão deterioradas e apresentam déficits desde 2014. O cenário preocupante também decorre da pior previsão para a atividade econômica de 2018. No início do ano, os analistas esperavam crescimento de 3% ao longo do ano, mas a alta de 0,4% no primeiro trimestre, anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), prejudicou uma expansão maior do Produto Interno Bruto (PIB).
Os economistas estão diminuindo as perspectivas de crescimento. Com o desempenho pior da economia, a arrecadação do governo federal com tributos é menor, prejudicando ainda mais o resultado primário do governo.
2019
Para o próximo ano, os economistas também aumentaram a previsão de deficit, saindo de R$ 105,9 bilhões para R$ 117,8 bilhões. A dívida bruta, segundo as avaliações, chegará a 77,8% do PIB no próximo ano.