Cerca de 40% dos empregados da Eletrobras decidiram permanecer em greve, nesta quarta-feira (13/6), apesar da decisão do presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de considerar a paralisação de 72 horas iniciada na segunda-feira (11/6) ilegal e cobrar multa de R$ 100 mil diários se pelo menos 75% do quadro não estiver trabalhando.
De acordo com o Coletivo Nacional do Eletricitários (CNE), os próprios empregados decidiram continuar mobilizados pelo prazo de 72 horas, que termina nesta quarta, conforme previsto desde o início. A decisão foi tomada a partir de assembleias realizadas em cada uma das sedes da holding e suas subsidiárias. A maior parte das unidades regionais das empresas de geração e transmissão da Eletrobras (Furnas, Eletronorte, Chesf e Eletrosul) permanecem em greve, informou o CNE em nota.
O coletivo afirmou que não há piquetes na porta das empresas, e por este motivo o sindicato não poderá ser acusado de impedir o acesso ao trabalho, não cabendo desta maneira a aplicação de multa se não houver o efetivo determinado pela Justiça na operação.
Na avaliação do diretor da Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) Emanuel Mendes, que apoia a continuidade da greve, a revolta contra a privatização da empresa e a permanência do presidente Wilson Ferreira Jr. motivou a divisão de decisões em algumas unidades. A categoria prepara uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 25, em protesto contra a perda de benefícios no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Mendes e outros sindicalistas se reuniram nesta terça-feira, 12, com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que garantiu a eles que não há mais tempo este ano para privatizar a Eletrobras, mas que o governo e os parlamentares querem tentar aprovar pelo menos a venda das seis distribuidoras deficitárias da empresa.
"Ele propôs um acordo para tentar vender as seis distribuidoras, mas deixamos claro que queremos participar de todo o processo, discutir como será feita a venda, e não do jeito que estão fazendo. Eles ficaram de falar com a oposição para tentar destravar essa venda", disse Mendes.