Todo o processo e registro das operações utiliza a tecnologia Blockchain, com tokens de segurança que permitem obter acesso a recursos restritos eletronicamente. Ao contrário das outras moedas digitais, cuja maioria não tem lastro real, a brasileira terá garantia nos ativos de 11 startups nacionais associadas. Ou seja, o investidor internacional que aplicar uma quantia mínima de US$ 5 mil estará adquirindo frações do capital desse grupo de startups nacionais.
Cada BR11 foi fixado no lançamento em US$ 1, e o seu valor flutuará de acordo com o desempenho das empresas associadas. A expectativa é captar, em um período de 60 dias, entre US$ 11 milhões e US$ 20 milhões, segundo Pierre Schurmann, presidente da Bossa Nova.
Para o executivo da Bossa Nova, a criação de uma moeda digital brasileira não tem como objetivo ganhar dinheiro, mas permitir que as empresas nacionais possam ter acesso ao mercado internacional de investidores. ;É importante que o Brasil consiga se posicionar de forma diferenciada nesse mercado;, afirma ele, lembrando que foi investido US$ 1,5 milhão em todo o processo para preparação e lançamento da BR11.
Schurmann afirma ainda que a criptomoeda foi criada como uma forma de democratizar o acesso de investidores menores, que não dispõem de altas somas para comprar ações de grandes empresas. Além disso, com a possibilidade de ser leiloada em plataformas virtuais, a moeda brasileira ganha liquidez e a confiança dos investidores.
Registrada na Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão que regula o mercado financeiro nos Estados Unidos, a BR11 passou por um estágio de pré-venda para investidores internacionais e atraiu a atenção de familly offices (gestores de patrimônio e investimento de grupos familiares) globalmente.
A emissão das moedas, explica Schurmann, utilizará a tecnologia da Securitize, que garante que seja 100% compatível com as leis de cada país na qual será oferecida. Para que os investidores possam ter liquidez, a BR11 será listada na plataforma Open Finance, na qual seu câmbio flutuará de acordo com a valorização das 11 startups que fazem parte do fundo.
;Será a terceira emissão de um security token nas Américas;, comemora o executivo. Ele diz ainda que todo o dinheiro captado será reinvestido na expansão das empresas associadas. ;Ninguém vai colocar dinheiro no bolso. Tudo será destinado para as startups do fundo;, salientou ele.
Liderada por Schurmann, da mesma família do navegador catarinense Vilfredo Schurmann, e pelo empresário João Kepler, a Bossa Nova Investimentos é uma empresa de venture capital com participação em 347 startups no Brasil e nos Estados Unidos, e com projeção de chegar a 450 investidas até o final de 2018. Só nos EUA, 120 empresas receberam investimentos da Bossa.
A criação da BR11 é mais uma forma de atrair investimentos estrangeiros para startups brasileiras. Shurmann lembra que, ao contrário do que acontece no Brasil, investir em empresas americanas exige muito menos burocracia e muito mais transparência. ;Queremos tornar essa visão e experiência úteis para as nossas startups e permitir que nossas investidas tenham acesso a novos mercados;, diz ele.
Atualmente, os investimentos da Bossa Nova estão focados em empresas com negócios inovadores, digitais e escaláveis, que já estejam validados, operando e faturando, mesmo que pouco. As áreas de interesse vão de educação à saúde, do varejo ao mercado financeiro.
Os números da Bossa Nova
; Participação em 347 startups
; Presença em 18 países
; Participação em 120 startups nos Estados Unidos
; Previsão de investir em um total de450 startups até o final de 2018
;É importante que o Brasil consiga se posicionar de forma diferenciada nesse mercado;
Pierre Schurmann, presidente da Bossa Nova Investimentos