A greve do caminhoneiros está no 10; dia e, apesar do desabastecimento generalizado que atinge várias regiões do Brasil, o governo Temer já considera a situação como, praticamente, resolvida. Ainda há lentidão na recuperação da rotina produtiva, filas em postos e desabastecimento, inclusive de gás de cozinha e alimentos. Em entrevista ao programa CB.Poder nesta quarta-feira (31/5), uma parceria entre TV Brasília e Correio, o ministro da Segurança, Raul Jungmann, justificou a situação, dizendo que "o fim do processo de greve se dá de forma lenta".
Casos de violência registrados durante os protestos tem ocorrido na hora de dispersar os bloqueios. "Tentam impedir que caminhoneiros voltem a trabalhar e que voltem para suas famílias, e temos até cenas de violência que são inaceitáveis e, sobretudo, covardes, porque muitas vezes é um grupo agredindo um único caminhoneiro separadamente", afirma Jungmann.
Questionado se as Forças Nacionais não conseguem conter a violência contra os grevistas, o ministro diz que essa impressão ocorre pelas forças estarem espalhadas por todo território nacional. "Só a Polícia Rodoviária Federal tem uma malha de 70 mil quilômetros", alega.
Jungmann não nega, no entanto, que o governo de Michel Temer (PMDB) sofre com crise econômica e política, quando abordado sobre estratégias de planejamento após o anúncio das greves dos caminhoneiros e dos petroleiros. "Manuel Castells é um grande teórico das redes sociais, e ele fala que quando você tem uma crise econômica e política, a ignição às vezes é um estalo. No caso da derrota árabe, resolveram se movimentar na frente do Palácio da Tunísia, e quem iria imaginar que aquilo viraria de cabeça e pernas para o ar todo o Oriente Médio?", levanta a questão.
Nesta quarta-feira, foi anunciada a criação de uma Central de Atendimento ao Caminhoneiro, com número ainda a ser divulgado. "Vamos divulgar um número de telefone e também um número de whatsapp, para todos aqueles que queiram se libertar, para que possam voltar a circular", adianta.
Sobre como a Central serviria de auxílio quanto à violência, o ministro responde: "Quem estiver sofrendo constrangimento ou que acha que vai sofrer, nos procure que nós vamos chegar até lá. E quem tiver registros de violência, nos mande, porque vamos identificá-los e vamos puni-los".
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*Estagiária supervisionada por Anderson Costolli