O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), endureceu as críticas ao governo Michel Temer, na tarde desta sexta-feira (25/5), depois de o Palácio do Planalto anunciar que irá convocar as forças nacionais de segurança para desbloquear as estradas paralisadas pela greve dos caminhoneiros. Na avaliação do emedebista, a política de preços da Petrobras é responsável pela continuidade do piquete.
"As decisões são do Presidente da República, cabe a ele tomar as decisões e responder por elas. Quem define preços da Petrobras é o Executivo. Nós, do Congresso, só podemos achar, não podemos fazer. Se eu pudesse fazer, já tinha feito. Agora cabe ao Executivo mudar a política de preços da Petrobras. No meu entendimento ela está equivocada", disse. "A discussão não é o reoneração (de setores da economia), não houve reinvindicação por parte dos caminhoneiros (nesse sentido). Não é essa a motivação dos caminhoneiros", disse.
Questionado sobre o que enxergava ser o problema da política de preços da estatal, Eunício respondeu que é importante abrir as planilhas da empresa para "conhecer" o que há por trás dessas medidas. "Tem que abrir a planilha de preços da Petrobras. Terça-feira, 29, vai ter um debate na Câmara de uma comissão geral, com deputados e senadores, para se conhecer o que efetivamente temos nessa chamada planilha de preços da Petrobras", explicou.
O presidente do Senado disse ainda que vai pautar, em até 15 dias, o PLC 121/2017, uma das exigências dos caminhoneiros no acordo costurado pelo Palácio do Planalto na quinta-feira. O PLC 121/2017 está atualmente na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e trata da criação de uma política de preços mínimos do transporte rodoviário de cargas.
"Foi acordado que o PLC 121 pode ser votado em até 15 dias. Eu vou dar urgência ao PLC para trazer ao Plenário. Não é o PLC que está movimentando a greve. O que está movimentando a greve é a política equivocada de preços da Petrobras", voltou a enfatizar. "Eles (caminhoneiros) fizeram uma única reivindicação: o PLC 121 Vou fazer o requerimento de urgência, pegar a assinatura do líder do governo e de outros líderes, fazer a urgência, votar a urgência e fazer o projeto ser debatido e votado no Plenário. O que eu me comprometi será cumprido", acrescentou.
Por fim, Eunício voltou a dizer que o Congresso está de plantão e os senadores permanecerão de sobreaviso no fim de semana para, se necessário, votar alguma medida em caráter emergencial.