Economia

Infraestrutura e corrupção prejudicam competitividade do Brasil

Apesar de ter subidor uma posição no Anuário de Competitividade Mundial, Brasil ainda fica na 60ª posição entre 63 nações avaliadas

Otávio Augusto
postado em 23/05/2018 15:03
Com turbulência política e incerteza econômica o Brasil  perdeu oportunidades
A infraestrutura e a corrupção são os maiores entraves que o Brasil enfrenta para competir no mercado internacional. Apesar de ter subido uma posição, primeira melhora desde 2010, o país ainda tem um dos piores desempenhos no Anuário de Competitividade Mundial, ficando atrás dos outros membros do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) e ocupando a 60; posição no ranking de 63 nações.
O levantamento é realizado há 30 anos pelo International Institute for Management Development, com sede na Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral. O ranking deste ano, um dos mais importantes para a avaliação de mercado internacional, foi divulgado na tarde desta quarta-feira (23/5).

A conclusão de especialistas é que, sem promover as reformas necessárias, em um ambiente de alta turbulência política e incerteza econômica, o Brasil perde oportunidades para avançar no ranking. "A competitividade é uma agenda de longo prazo e estamos numa tendência decrescente. Não é só governo, investidores e empresas, mas também a sociedade civil", analisa Ana Burcharth, professora do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral e porta-voz do estudo no Brasil.


Problemas do século 19

Educação e capacitação são deficiências preocupantes. "Precisamos olhar as questões de infraestrutura, como transporte, educação, ciência e tecnologia. Temos problemas do século 19 e do século 21 e todos para serem resolvidos ao mesmo tempo. Temos falhas na educação básica, temos o analfabetismo, a baixa qualidade da educação e, além disso, a defasagem na transformação digital", afirma Ana.

Outro fator que prejudica o desempenho brasileiro é a corrupção. "Um dos pontos avaliados pelos investidores são as práticas de gestão. Nesse quesito, houve uma queda importante. Ficamos na 53; posição entre 63 países. O executivos acreditam que as práticas das empresas estão comprometidas. Outro ponto é a eficiência do governo nesse cenário;, acrescenta a porta-voz.

A melhor posição do Brasil foi em 2010, quando alcançou o 38; lugar. Desde então, foi caindo, até ficar em 61; no ano passado. O ponto positivo do país ficou por conta de aspectos da economia, como preços, baixa inflação e a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados da pesquisa foram consolidados entre fevereiro e abril deste ano.


Demais países

Os Estados Unidos, antes na quarta colocação mundial, superaram a China e atingiram o topo do ranking das economias mais competitivas do mundo, seguidos de Cingapura, Holanda e Suíça. O Brasil só não perde para Croácia, Mongólia e Venezuela. Os países são analisados em quatro fatores de competitividade: performance econômica, eficiência de governo, eficiência empresarial e infraestrutura.

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