Economia

Protesto de caminhoneiros em rodovias do país chega ao terceiro dia

Por causa da manifestação, a entrega de combustível nos postos e empresas de ônibus está sendo prejudicada.

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 23/05/2018 07:46
O protesto começou no finalzinho da noite de domingo

Os caminhoneiros mantêm, pelo terceiro dia consecutivo, as manifestações nas principais rodovias federais do Brasil, contra o preço alto do combustível. No Distrito Federal e Entorno, quatro rodovias continuam interditadas pelos caminhoneiros. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Distrito Federal, a BR-060 está interditada em três pontos. No km 30, na altura do Engenho das Lages, usuários relatam que nenhum veículo passa pelo bloqueio no sentido Brasília. Já no sentido Goiânia, apenas os caminhões são parados, os carros de passeio estão liberados. Os outros pontos de bloqueio na rodovia estão no km 13, próximo ao posto de gasolina Asa Branca, e no km 28, na altura de Alexânia (GO).

Na BR-050, o protesto acontece no km 98, em Cristalina. Seguno a PRF, alguns caminhoneiros tentam deixar a manifestação e acabam impedindo a passagem de outros veículos. Há congestionamento no local. Na BR-020 também há três pontos de interdição. No km 1, 10 e 13. A manifestação também continua na BR-040, no km 95, altura de Cristalina, e no km 10, em Luziânia. Já a BR-070, que foi fechada por caminhoneiros na segunda-feira, teve a manifestação finalizada e a pista liberada.

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Rio de Janeiro

[SAIBAMAIS]De acordo com a PRF, há pelo menos oito pontos de protesto em quatro rodovias que cortam o Rio de Janeiro. Os manifestantes estão apenas nos acostamentos das estradas e, portanto, não bloqueiam as pistas. Na BR-101, há dois pontos de protesto: um em Campos, no km 75, e outro em Itaboraí, no km 296. Na BR-116, são três pontos: em Seropédica (km 204) e Barra Mansa (km 276), ambos na Via Dutra, e em Guapimirim (km 104), na Rio-Teresópolis.

Outros pontos de manifestação são: BR-393 (em Paraíba do Sul, no km 182, e, em Volta Redonda, no km 281) e BR-465 (em Nova Iguaçu, no km 17). O protesto começou no finalzinho da noite de domingo (20/5), em todo o país.
Por causa da manifestação, a entrega de combustível nos postos e empresas de ônibus está sendo prejudicada. Com a falta de combustível, algumas empresas de ônibus anunciaram que devem reduzir a frota nesta quarta-feira (23/5) no estado.

O RioÔnibus, sindicato que representa as concessionárias de ônibus do município do Rio, informou que ainda não há um balanço sobre a circulação dos coletivos nesta quarta-feria, mas que as concessionárias que tinham estoque de combustível nas suas garagens colocaram as frotas nas ruas. Algumas que não tinham estoque estão recorrendo ao abastecimento em postos de gasolina comuns.

A prefeitura divulgou nota ontem aconselhando a população a recorrer a transporte coletivo de massa, que não usam óleo diesel, como o metrô, os trens e o VLT (bonde que circula no centro da cidade). O MetrôRio, concessionária que administra o metrô, reforçou as equipes nas estações para receber um número maior de passageiros.

BR-163 registra dois pontos de bloqueio

Uma das principais rotas de escoamento da safra de grãos produzida no Centro-Oeste, a parcela mato-grossense da rodovia BR-163 registra dois novos pontos de bloqueio de caminhoneiros. De acordo com a concessionária Rota do Oeste, as interdições desta quarta-feira (23/5) ficam no km 691, em Lucas do Rio Verde, e no km 601, em Nova Mutum, ambas com início na noite desta terça (22/5).

Ainda na BR-163, existem outros quatro pontos de bloqueio: no km 593 localizado em Nova Mutum, km 686 também em Lucas do Rio Verde, no km 821 montado no município de Sinop, e no km 119, em Rondonópolis. Em outras rodovias do Estado, foram apuradas manifestações no km 398 da BR-364, no Distrito Industrial de Cuiabá, e no km 504 da BR-070, em Cuiabá, na chamada Rodovia dos Imigrantes.

Em todos os pontos citados, está liberado o fluxo apenas para tráfego de veículos leves, ambulâncias, ônibus, cargas vivas e perecíveis. Nesta terça, participantes dos atos chegaram a bloquear também a passagem de carregamentos vivos e perecíveis, porém, a Rota do Oeste destacou que, quando há este tipo de manifestação, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) interfere para contenção de danos às cargas.

Minas Gerais

Em Minas Gerais, o protesto chegou ao Anel Rodoviário, informou na manhã desta quarta-feira a Polícia Militar Rodoviária (PMRv). De acordo com a corporação, o protesto no Anel Rodoviário não congestiona o trânsito nas imediações ou no local da concentração. Centenas de caminhões ocuparam, na manhã de hoje, a faixa da direita da pista, no sentido Rio de Janeiro, na altura do KM 543, da BR-040.
A PMRv informou ainda que há registro também de protesto na MG-424, a chamada estrada velha que liga Sete Lagoa a Belo Horizonte. Não há informação sobre número de caminhões parados no local. Conforme a PMRv, o trânsito nessa estrada estadual flui sem congestionamentos.

Nas estradas federais que cortam o estado, o protesto dos caminhoneiros é mais abrangente e atinge mais de 30 trechos das BRs 040, 50, 116, 153, 251 e 262.

São Paulo

Em São Paulo, a manifestação já deixa os postos sem combustível no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Em Jacareí, a empresa Jacareí Transporte Urbano (JTU), responsável pelo transporte coletivo na cidade, reduziu o número de veículos em circulação, desde a madrugada, prevendo a falta de combustível. A empresa tem posto de combustível próprio, mas está sem receber diesel para repor o estoque.

Os caminhões que transportavam o produto aderiram ao protesto e estão parados às margens da Via Dutra. A empresa adotou a tabela de viagens usada no domingo, quando o número de passageiros é menor.

A redução de até 40% no número de viagens levou à formação de filas em pontos de embarque, nos bairros Nova Jacareí, Vila Garcia e Parque Meia Lua, onde a demanda é alta.

Em nota, a empresa informou que considera a situação grave e a medida visa a minimizar os efeitos do desabastecimento de combustíveis.

Em cidades da região, os postos começam a ficar sem combustível nas bombas. Em São José dos Campos, havia filas em postos do Jardim Paulista, onde a gasolina comum havia acabado. Os frentistas ofereciam apenas gasolina aditivada e etanol.

Em Pindamonhangaba, um posto na rua Japão também ficou sem gasolina comum e subiu o preço da aditivada, vendida a R$ 4,67.Também havia postos sem gasolina em Taubaté.

Pernambuco

Em Pernambuco, o Grande Recife Consórcio anunciou que a frota de ônibus funcionará com uma diminuição de 8% no número de viagens em dias úteis.

De acordo com o Consórcio, a medida é emergencial e a redução foi necessário em decorrência da paralisação dos caminhoneiros e o comprometimento no abastecimento de óleo diesel nas empresas operadoras.
Com informações da Agência Estado, da Agência Brasil, do Diário de Pernambuco e do Estado de Minas

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