As parcerias público-privadas na gestão de parques são bem vistas por grande parte da população brasileira, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (25/4), pelo Instituto Semeia. Entre os entrevistados, 48% aprovam as concessões do serviço público para empresas privadas, outros 24% são indiferentes, 14% são contra e 14% não souberam responder. Porém, quando o assunto é privatização, 43% se dizem contra.
Nas concessões, o serviço é prestado por meio de um contrato, com tempo determinado, que prevê regras para o desenvolvimento das atividades e monitoramento do desempenho da empresa. A privatização, no entanto, significa a venda de ativos públicos (como empresas, imóveis e serviços) para empresas privadas, que passam a ser suas proprietárias em caráter definitivo, podendo utilizá-los da forma que lhes for mais conveniente.
"O crescimento expressivo de governos em busca de parcerias público-privadas é pautado pela crise fiscal. É um desafio conseguir recursos para gerir os parques. As concessões são instrumentos de captação de engenharia para implementação de políticas públicas", avalia o diretor executivo do Instituto Semeia, Fernando Pieroni.
A pesquisa avaliou a percepção da população em relação aos parques do Brasil. Os naturais, que são grandes áreas demarcadas pelo governo para conservação do meio ambiente, geralmente mais afastadas dos centros das cidades e também os parques urbanos, que são as áreas públicas com muito verde dentro das cidades e frequentadas pela população para a prática de esportes, atividades de lazer e entretenimento.
O estudo revelou que a visitação de parques naturais não faz parte da rotina dos brasileiros. Entre os ouvidos, 43% informaram que nunca visitaram uma unidade. As principais barreiras apontadas são a distância, o alto custo com viagem e hospedagem, a falta de informação sobre esse tipo de atividade e a preferência por passeios urbanos ou praias.
No caso dos parques urbanos, 94% afirmou que já visitou alguma unidade. A maioria, porém, pondera que são visitas esporádicas. 25% dos entrevistados respondeu que raramente frequenta, 14% uma vez a cada seis meses e 3% uma vez por ano. Sobre o que desmotiva a visitação, os entrevistados apontaram a distância, a falta de segurança, horários que não se encaixam na rotina, o preço do passeio, as instalações ruins e a falta de iluminação à noite.
Para Pieroni, a experiência de concessões, no Brasil, ainda é tímida. ;O parque das Cataratas do Iguaçu tem quatro concessões, é o segundo mais visitado do país, já existia essa cultura, mas a melhoria dos serviços e o incentivo cresceu a visitação. O Parque da Tijuca é o mais visitado e também tem serviços concessionados. São considerados parques sem precariedade de serviços e baseados na concessão;, avaliou.
A pesquisa ouviu 815 pessoas, entre 2 e 7 de novembro de 2017, nas regiões metropolitanas de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Manaus.
*Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão.
*Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão.