A agência de classificação de risco Moody;s melhorou a perspectiva de nota de crédito do Brasil de negativa para estável, o que reduz chance de novo rebaixamento do País no curto prazo. O rating do Brasil foi reafirmado em Ba2, dois degraus abaixo do grau de investimento, espécie de selo de bom pagador dos países.
A agência deu duas razões principais para a mudança na perspectiva da nota: expectativa de que as reformas fiscais serão aprovadas no próximo governo e crescimento econômico mais forte do que o esperado no curto e médio prazo.
"A Moody;s acredita, em resumo, que os riscos negativos para o crescimento e as incertezas relacionadas ao ímpeto para reformas, que levaram à atribuição da perspectiva negativa para o rating Ba2 em maio do ano passado, diminuíram", disse o comunicado da agência.
Já sob a gestão de Eduardo Guardia, o Ministério da Fazenda divulgou nota para reafirmar o compromisso com a consolidação fiscal e com a recuperação da atividade econômica. Na condição de ministro interino, Guardia recebeu a única notícia positiva na avaliação da nota de crédito do governo Michel Temer. A posição da Moody;s vai na contramão da decisão tomada pelas agências Standard ;s e Fitch, que rebaixaram a nota do Brasil neste ano.
O ministério fez questão de ressaltar que a Moody;s apontou como fator de risco para o Brasil, que o descumprimento do teto de gastos (que trava o aumento das despesas à inflação) poderia levar à reavaliação negativa da nota, além de um cenário político no qual não haja avanços agenda de reformas.
"Esse relatório não vai mexer com o mercado", disse o ex-diretor do Banco Central (BC) Alexandre Schwartsman. O documento da agência delineia um cenário que a dívida pública em 2022 será de 82% do PIB. Para o economista, essa projeção é muito otimista.