Economia

Aplicativos de transporte podem ser mais baratos que carro próprio

Avaliar os gastos com transporte gera economia

Andressa Paulino*
postado em 01/04/2018 08:05
Desenho de motorista dentro de carro que está pendurado na ponta de um lápisCom o objetivo de unir conforto e economia, os brasileiros estão optando por deixar o veículo próprio de lado para utilizarem apenas carros de aplicativos de transporte. Mas, para quem se pergunta qual alternativa é a mais vantajosa, especialistas alertam que a economia depende de vários fatores, como a distância percorrida. Antes de decidir o que vale mais a pena, é preciso colocar todas as despesas na ponta do lápis.

"Primeiro, é preciso avaliar o gasto que a pessoa teria com as duas opções", explica o educador financeiro da consultoria Dsop Luis Botelho. "Com o carro, é necessário considerar despesas como gasolina, Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), eventuais multas, manutenções e estacionamento. Prestações e a desvalorização do veículo também precisam ser contabilizadas;, destaca. ;Já com os aplicativos, temos gastos por quilometragem e minutos, ou seja, tudo depende da distância percorrid", acrescenta.

De acordo com uma simulação realizada pelo Correio para quem mora no Plano Piloto e se desloca para a Esplanada dos Ministérios, o uso de aplicativos como Uber, Cabify e 99pop são mais econômicos do que a opção do carro individual. Ficaria em torno de R$ 17 mil ao ano, enquanto a utilização do carro custaria cerca de R$ 19 mil para o bolso do brasiliense. Um morador de Taguatinga que trabalha no mesmo local, despenderia cerca de R$ 10 mil a mais se optasse pelos aplicativos, pois o trajeto seria de 60 km por dia enquanto quem mora no Plano percorreria menos da metade: 17 km.


Útil ao agradável

Pensando na economia, a cantora Ana Oliver, 30 anos, decidiu vender o carro e apostar nos aplicativos de mobilidade. Ela mora no Setor Habitacional 708 Norte, trabalha no Setor Bancário e está feliz com a mudança. "Com o aplicativo, minhas despesas com locomoção ficam menos de R$ 600 por mês. Com o carro, eu gastava R$ 800 só com a gasolina mensalmente. Não gosto de dirigir, juntei o útil ao agradável. E o dinheiro da venda do meu carro, eu investi", comemora.

[SAIBAMAIS]Na hora de avaliar a substituição, é importante considerar questões que vão além do dinheiro, aconselha a gerente de comunicação da Uber Brasil, Crislaine Costa. "É preciso analisar itens como segurança, conforto e tempo. O período que você gastaria dirigindo pode ser utilizado para estudar, fazer uma ligação ou até mesmo estar em uma reunião virtual", indica.

Botelho também alerta que é preciso ficar atento ao gasto que cada opção trará para o bolso da família. "É fundamental fazer um diagnóstico das despesas com transporte. Os gastos, seja com aplicativos de mobilidade , seja com carro pessoal, não podem passar de 30% do total da renda da casa", orienta.

*Estagiária sob supervisão de Rosana Hessel

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