Jornal Correio Braziliense

Economia

Arrecadação federal cresce 10,34% e registra melhor fevereiro desde 2015

Receita Federal recolhe R$ 105,1 bilhões em tributos no mês passado e R$ 260,7 bilhões no acumulado do primeiro bimestre


A arrecadação do governo federal cresceu 10,34%, em termos reais (descontada a inflação) em fevereiro, na comparação com o mesmo período de 2017, somando R$ 105,1 bilhões. Foi o melhor resultado para o mês desde 2015, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (23/3) pela Receita Federal.
[SAIBAMAIS]Assim como janeiro, o resultado do Fisco surpreendeu o mercado, pois ficou acima da mediana das estimativas do mercado, de R$ 104,3 bilhões. ;Desde agosto de 2017, trata-se da sétima alta real consecutiva na comparação anual, excluindo os efeitos da repatriação em outubro de 2016, quando houve um pico de receitas;, destacou o economista Fabio Klein, da Tendências Consultoria. Ele previa um volume menor, de R$ 100,1 bilhões.
No acumulado do bimestre, o recolhimento de tributos pelo Fisco somou R$ 260,7 bilhões, volume 10,34% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita, Claudemir Malaquias, esse resultado positivo, foi decorrente da retomada da atividade econômica e também ações especiais de cobrança implementadas pela administração tributária. ;A conjugação desses fatores impactou positivamente o resultado da arrecadação deste mês de fevereiro e vem impactando desde o mês de janeiro;, disse.
O técnico reconheceu que a entrada de receitas extraordinárias ajudaram nesse bom desempenho do bimestre, como é o caso de reestimativas de resultados das empresas que declaram pelo lucro real, do Refis e do aumento de PIS-Cofins sobre os combustíveis. Ele fez um cálculo descontando esses três principais fatores não recorrentes, o aumento da receita administrada pelo Fisco entre janeiro e fevereiro passa de 9,66% para 5,17%. ;Mesmo com esses descontos de fatores que não devem se repetir ao longo do ano, tivemos um desempenho positivo fruto da atividade econômica;, resumiu.
Malaquias admite que esse ritmo forte não deve se manter durante o ano, pois a previsão do governo é de um crescimento de 3% a 4% na arrecadação em 2018.