O cenário econômico mundial está mais favorável, favorecendo um melhor desempenho da economia brasileira. Nesta quarta-feira (14/2), a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 2,5% em 2017, registrando o melhor resultado na última década. Além disso, os Estados Unidos e a China garantiram um crescimento em linha com a expectativa do mercado, de 2,3% e 6,9%, respectivamente, no mesmo período, segundo informações de cada país. De acordo com analistas, a melhora no ambiente externo vai impulsionar o PIB nacional, que deve crescer em torno de 1% e 1,1%. O dado será divulgado no dia 1; de março.
Os economistas não veem resultado fora deste patamar. O economista Alex Agostini, analista da Austin Rating, declarou que o cenário internacional tem sido saudável não só para a recuperação da economia, mas também para melhorar as perspectivas futuras. ;Nós teremos uma recuperação econômica depois de dois anos de fortes quedas. Crescer 1% é pouco para os países emergentes, mas, por equanto, as condições não são as ideais para subir mais, já que o emprego ainda está em níveis altos;, alegou. ;Mas, para 2018, a expansão deve ser em torno de 2,5% e 3%;, concluiu.
Apesar disso, o especialista explicou que, se não houver reforma da Previdência Social e outras medidas de ajuste fiscal, o investimento no Brasil deverá ir por água a baixo, limitando a expansão da atividade econômica. ;As expectativas serão afetadas e isso deve impactar em até 30% do PIB, que é de investimentos. Não quer dizer que cairá para zero, mas que o potencial de perda pode ser grande, tirando uma tendência de crescimento e geração de emprego;, avaliou.
De acordo com o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio Leal, o desempenho favorável das outras nações ajuda na recuperação do Brasil, mas não é determinante. ;Ajuda porque já evitou uma queda mais forte do PIB nos últimos anos, mas não é isso que vai fazer diferença;, pontuou. ;A liberação do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) impulsionou tanto no próprio consumo direto das famílias, como no caso para abater dívida. E esse movimento de retomada deve continuar em 2018 com mais intensidade, com uma queda dos juros que vai ser repassada com mais força aos consumidores e um mercado de trabalho também melhor;, concluiu.