Jornal Correio Braziliense

Economia

No Dia do Aposentado, Temer e ministros pedem apoio para aprovar reforma

O ministro Eliseu Padilha afirmou que sem a reforma, o dinheiro destinado a outras áreas importantes será redirecionado para o pagamento de aposentadorias



;Quero inicialmente cumprimentá-los, o aposentado e a aposentada do nosso país. Quero também dizer que no dia 20 de fevereiro vamos votar uma readequação, uma reformulação da Previdência social. E sabe para quê? Para exatamente garantir o que você recebe como aposentado, como aposentada;, disse Temer.

Ao defender a necessidade da reforma, Temer argumentou que ;se não fizermos hoje uma readequação previdenciária você vai ter prejuízo;.

O ministro Eliseu Padilha, por sua vez, afirmou que sem a reforma, o dinheiro destinado a outras áreas importantes será redirecionado para o pagamento de aposentadorias.

;Vocês viram que o déficit da Previdência, em 2017, foi R$ 268 bilhões. E isto é crescente e nós temos que estancar. Porque, senão, os recursos da saúde, da educação, da segurança, serão, cada vez mais, carreados para o sistema de aposentadoria;, disse Padilha. Ele pediu ajuda aos aposentados para que influenciassem seus representantes políticos favoravelmente à reforma.

;Precisamos pedir que vocês ajudem a ajudar vocês. Vocês ajudam dando ciência a toda representação política que vocês têm, de que é importante, não para o atual governo, que é importante para o Brasil nós fazermos uma reforma da Previdência que garanta o pagamento daqueles que já estão aposentados e dos que ainda vão se aposentar;.

O ministro Carlos Marun seguiu a linha do discurso de Temer e Padilha. Lembrou que em alguns estados a aposentadoria não está sendo paga pontualmente e citou um exemplo a própria família. ;A minha mãe é aposentada e ela não está recebendo sua aposentadoria em dia;.

O ministro Carlos Marun destacou o combate aos privilégios em defesa da reforma. ;Nós ainda temos aqui absurdos. A maioria dos brasileiros, 64, 65%, se aposentam com um salário mínimo. E nós temos gente que se aposenta com R$ 35 mil, R$ 40 mil por mês. Isso não é possível, o Brasil não pode mais pagar isso. Precisamos de uma Previdência com menos privilégios;.

Votos


Dos 308 votos necessários para aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o governo tem 275, nas contas do relator da reforma deputado Arthur Maia (PPS-BA). Após reunião com Carlos Marun, na manhã desta quarta, Maia disse que o governo tem pelo menos 275 votos favoráveis à reforma da Previdência.

Em conversa com jornalistas, à tarde, Carlos Marun procurou ser otimista em relação aos votos que faltam. ;Nós teremos esse número seguro ainda no mês de fevereiro, colocaremos em votação e seremos vitoriosos;. Ele, no entanto, não apresentou nenhum fato que mostre que em poucas semanas o governo vai conseguir convencer os deputados indecisos.

;Mudanças [na PEC da reforma] só serão realmente avaliadas no caso de um número significativo de parlamentares tenha o desejo de fazer algum aprimoramento no texto e se comprometendo a trazer votos para a aprovação da reforma. Querem sugerir o que pensam ser melhorias? Que se comprometam a aprovar a reforma;, defendeu Carlos Marun. Ele frisou, no entanto, que o fim dos privilégios e o estabelecimento da idade mínima são pontos com os quais o governo não pretende negociar.