;Nos Estados Unidos, estamos nos principias pontos e buscamos ampliar a escala com novas lojas Schutz e Alexandre Birman;, diz o CEO do grupo. Segundo ele, a empresa abriu escritórios em Milão, na Itália, e showrooms em outras partes da Europa, América Latina e Oriente Médio. ;Ao fincar suas bases no exterior, a empresa se livra das oscilações do mercado brasileiro e ganha lastro para continuar investindo;, diz Eduardo Tancinsky, consultor especializado em marcas. Atualmente, cerca de 10% das receitas do grupo são geradas no mercado externo, mas a participação é crescente.
Lady Gaga
Um episódio recente mostra como o grupo construiu bases sólidas no exterior. Em dezembro, a cantora americana Lady Gaga postou em seu Instagram fotos com uma bota da marca Schutz. As imagens exibidas pela celebridade receberam mais de 1 milhão de curtidas e provocaram uma corrida às lojas. ;A postagem da Lady Gaga exigiu que enviássemos correndo um grande lote para os Estados Unidos para atender à demanda, já que os sapatos sumiram das prateleiras;, diz Birman. Ele garante que a postagem foi espontânea e que não é patrocinador da cantora.
A terceira frente do grupo para expandir os negócios em 2018 é ampliar o uso da tecnologia e de ferramentas digitais. Para captar o comportamento de consumidores, o grupo vai instalar câmeras que medem o tráfego de clientes nas lojas. A partir dessas imagens, será possível calcular quantas visitas são convertidas em vendas e quanto tempo o consumidor leva para tomar uma decisão de compra.
A companhia usa uma série de recursos para evitar que problemas como falta de tamanhos interfiram no resultado de vendas. Desenvolvido em conjunto com a Cielo, um aplicativo permite que os vendedores consultem os modelos e números disponíveis em qualquer loja da rede. Se o produto for encontrado em um endereço diferente, o comprador recebe o item em casa. A empresa também mudou o sistema para compras on-line, tornando-o mais interativo. O e-commerce responde por 8% dos negócios do grupo, mas a meta é chegar a 15% nos próximos dois anos.
- Quatro perguntas para Alexandre Birman, CEO do Grupo Arezzo
;Economia estável traz oportunidades;
;Economia estável traz oportunidades;
Quais são os planos da Arezzo para o mercado internacional?
Abrimos escritórios em Milão e showrooms em outras partes da Europa, América Latina e Oriente Médio. Estamos sempre procurando parceiros para ampliar a presença em multimarcas. Nos Estados Unidos, estamos nos principais pontos e buscamos ampliar a escala com novas lojas.
O foco internacional mudará a estratégia para o Brasil?
Não. Temos previsão de abrir de 55 a 60 lojas neste ano e expandir para cidades com até 250 mil habitantes, em áreas também fora dos shoppings.
A Arezzo cresceu na crise. Como isso foi possível?
Trabalhamos com uma estrutura robusta e nosso trabalho é muito para dentro: com melhora das performances, aperfeiçoamento dos processos e produtos. Não somos uma empresa alavancada. Temos caixa líquido e fluxo de caixa saudável, o que nos permite avançar tranquilamente.
O varejo brasileiro sofreu muito com a crise. O que é preciso fazer para destravar o setor?
Mais emprego, menos inflação e redução da inadimplência. Com a economia estável, lojas podem ser abertas, o que traz oportunidades e desenvolvimento. O Brasil tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo e isso encarece os processos e desestimula o investimento estrangeiro.