As vendas do comércio varejista nacional em novembro de 2017, em relação a outubro, cresceram 0,7% e anularam o resultado negativo de 0,7% do mês anterior. ;Foi um resultado importante, pois confirmou nossa desconfiança de que a população estava esperando as promoções do Black Friday em novembro;, disse a gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Isabella Nunes. ;Aos poucos;, continuou, ;ela tem roubado receita do mês de outubro e até de dezembro, e ganhou sustentação com as melhores condições que encontrou: inflação baixa - que tem mantido baixos os valores da alimentação em casa, menor taxa de desocupação de emprego, e mais renda;.
Se comparado novembro de 2017 com o mesmo mês em 2016 o crescimento registrado é de 5,9%, oitava taxa positiva seguida registrada. Já o acumulado de 2017, janeiro-novembro, apresentou crescimento de 1,9%. E o acumulado 12 meses (nov-nov) teve resultado de 1,1%, mantendo trajetória ascendente iniciada em outubro de 2016.
;No IBGE trabalhamos com informação, e não houve surpresas. O acumulado 12 meses é nosso índice de prazo mais longo, e o que ele apresenta é uma tendência a recuperação mais sólida, mesmo que ainda não tenha compensado as perdas dos anos passados;, afirma a gerente da PMC.
Os melhores resultados foram observados nos setores Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,0%) e Móveis e eletrodomésticos (6,1%), que são marcadamente vendidos pela internet. Também com índices positivos em vendas Livros, jornais e papelaria (1,4%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,2%), e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%). Este último setor registrou o oitavo avanço consecutivo, acumulando ganho de 6,5%. Todos dados tratados com ajuste sazonal, um ajuste estatístico para comparar dados entre meses diferentes do ano, com diferentes números de dias e datas comemorativas.
Da mesma série, mas registrando recuo em vendas estão Combustíveis e lubrificantes (-1,8%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,8%). Compensaram avanços de vendas registrados no mês anterior de, respectivamente, 1,6% e 2,7%. Somente o setor de Tecidos, vestuários e calçados (0,0%) manteve as vendas estáveis.
De acordo com Isabella Nunes, ;novembro de 2017 recupera o ritmo e é o melhor desde 2013, e se for considerar o varejo ampliado é melhor ainda, pois remonta a 2010;. O varejo ampliado inclui, ainda, as atividades Veículos, motos, parte e peças e Material de construção, que somaram 2,5% em volume de vendas em relação a outubro, e superaram as perdas de -1,7% do mês anterior. No conjunto, o varejo ampliado subiu 8,7% em relação a novembro de 2016 ; sétima taxa positiva consecutiva, acumularam 3,7% no ano e 2,6% nos últimos 12 meses.
Para o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, ;fecha-se o ano com melhores resultados do que os esperados, e há uma curva ascendente que vemos com bons olhos, mas não recuperam as enormes perdas corporativas que tivemos com a recessão prolongada;. Segundo Santana, ainda há muito desemprego e pontos fechados, e serão necessários quatro a cinco anos para voltar aos bons resultados obtidos até 2013, mas a expectativa é positiva.
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