"O julgamento do Lula em Porto Alegre (TRF4) pode desencadear melhoras para o risco Brasil e para o risco político", comenta o consultor financeiro Demetrius Lucindo. "Eu acho um pouco de frenesi, meio temerário, porque as coisas não estão tão bem assim no Brasil", diz ele, avaliando, de forma geral, o recorde na bolsa.
Para João Augusto Sales, a Lopes Filho Consultores de Investimentos, o comportamento da bolsa segue os bons fundamentos macroeconômicos internos e externos.
"Há uma conjunção favorável de fatos, principalmente a percepção dos investidores de que não haverá retrocesso nas variáveis macroeconômicas", diz. O que significaria a manutenção da trajetória de queda dos juros no longo prazo, inflação sem pressão de alta por preços ou por demanda (mercado de trabalho ainda pouco aquecido).
Além disso, o mercado "já precificou" a reforma da Previdência, ou seja, não espera que ela seja votada em 2018. "Seja quem for eleito presidente, terá que enfrentar as reformas em 2019", acentua.
Cenário externo
Do lado externo, ele aponta indicadores da China melhores do que o esperado e também os Estados Unidos, onde a economia ;vai muito bem, apesar da política monetária expansionista;.
Sales menciona ainda que há ingresso maciço de capital estrangeiro para a compra de ativos na bolsa. E Lucindo cita que os juros em baixa abrem o apetite dos investidores por maiores riscos, ou seja, há aplicações fortes, também, do investidor doméstico no mercado de capitais. "É ciclico: sempre que os juros caem, as pessoas procuram alternativas para seus investimentos, como a bolsa", explicou.