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De acordo com a Associação Nacional de Proteção e Apoio ao Concurso Público (Anpac), responsável pelo balanço dos certames, o crescimento no número de postos públicos de trabalho tem relação com a necessidade de recomposição do quadro efetivo, defasado depois de três anos de vacas magras no setor público.
Neste ano, o governo federal anunciou que destinará R$ 600 milhões do orçamento para concursos públicos. Os mais esperados pelos candidatos são o do Ministério Público da União (MPU), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e Receita Federal. Estados e municípios também contam com oferta de vagas. Em Minas Gerais, a maior expectativa surge em torno da seleção do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na segunda instância, além de concurso para a Polícia Civil. Certame da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) também é aguardado.
;A ideia é que já tenham concursos com editais publicados no comecinho de 2018. É também provável a publicação de editais este ano para que as provas ocorram em 2019;, explica o presidente da Anpac, Marco Antônio Araújo Junior. Segundo ele, embora a demanda por concursos estivesse represada, a disputa deve ser menor com o aumento das vagas. ;A tendência é de que a concorrência diminua com o aumento de vagas;, ressalta. A exceção são certames tradicionais, como os do TJ, PRF e PF, sempre muito concorridos.
Na semana passada, o governo de Minas anunciou concursos da Cemig, Codemig e Secretaria de Estado de Educação (SEE). No caso da educação, são 16.700 vagas para professor e especialista da Educação Básica. Na Cemig, são 109 colocações de nível médio, técnico profissionalizante e universitário, com remuneração-base que varia de R$ 2.498 a R$ 7.965. Já na Codemig, as 19 vagas são de nível médio, técnico e superior e os salários vão de R$ 3.116,38 a R$ 6.708,73.
A crise mudou o perfil do concurseiro, incluindo parcela significativa de pessoas que ficaram desempregadas durante a crise e resolveram buscar estabilidade, e investiram o dinheiro da rescisão do contrato de trabalho em cursos preparatórios e materiais de estudo. A Anpac considera que o fato de 2018 ser um ano eleitoral não vai interferir na oferta. A legislação limita a nomeação, contratação ou admissão do servidor público no período entre os três meses anteriores ao pleito até a posse dos eleitos. Concursos homologados antes desse prazo podem nomear normalmente candidatos.
Dicas
Apesar da grande oferta, o professor de direito constitucional Tiago Torres, coordenador do cursinho Aprovarium, recomenda que candidatos tenham foco. ;O mais importante é entender qual o cargo que a pessoa vai prestar. Não é saudável sair atirando para tudo quanto é concurso. O candidato tem que escolher aquele que tem mais a ver com seu perfil;, afirma. E não há tempo a perder. ;Quem quer passar já tem que estudar. E a qualidade do estudo está relacionada ao tempo e ao nível de concentração;, diz.
Obstinada em conquistar uma vaga no serviço público, a historiadora Thabata Faria, de 28 anos, abriu mão de festa de réveillon e já anunciou que este ano não haverá carnaval. ;A prova da Câmara Municipal vai ser uma semana depois da festa. É claro que tem dia que a concentração é menor, mas tento pegar nos livros todos os dias. Estabeleço metas por conteúdos;, afirma. Formada em 2014, desde o ano passado ela definiu a meta de integrar o funcionalismo público.
;É pelo horário e pela estabilidade. Não quero viver altos e baixos em empregos. Fiz estágio no Ministério Público e percebi ali que gostava mais da área pública;, conta. Na mira de Thabata, estão os concursos da Câmara Municipal, do TJMG e da Polícia Civil.