Jornal Correio Braziliense

Economia

Via Varejo leva negócio on-line para lojas físicas a partir de fevereiro

Dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, empresa pretende aumentar o alcance do marketplace, hoje restrito aos sites das marcas, para todos os pontos de venda a partir de fevereiro de 2018



Paulo Madureira, diretor de soluções e serviços da Via Varejo, conta que a operação de marketplace tem sido uma grande aposta para o grupo e que a ideia é aumentar ainda mais esse potencial. Além de levar a variedade de itens do site para as lojas físicas, o objetivo é aumentar a oferta de serviços para os lojistas, exatamente como é feito há dois anos com a empresa HP. A Via Varejo é responsável pela venda e pelo pós-venda, ou seja, também entrega o produto.

;Podemos ampliar nossa plataforma logística, ganhar ainda mais escala e aumentar os ganhos para os lojistas que integram o nosso marketplace;, diz Madureira. Com isso, a Via Varejo passaria a ter em seus centros de distribuição os itens oferecidos pelos lojistas, em vez de as compras serem despachadas por esses parceiros.

Para os lojistas, a ampliação de canais de distribuição pode representar um maior contato com os consumidores, além de dar maior visibilidade à marca. Por outro lado, se o controle da Via Varejo não for muito rigoroso, a experiência do cliente pode ser tão ruim que há o risco de desistência não só daquela compra, mas de negócios futuros. ;Hoje, fazemos um acompanhamento em tempo real das vendas no nosso marketplace;, diz o diretor da Via Varejo. ;Se um lojista recebe um determinado volume de pedidos e começa a ter picos, precisamos entender se é apenas uma promoção pontual que atraiu mais consumidores e se ele terá condições de cumprir, de fato, a entrega.;

O controle do lojista, segundo Madureira, começa ainda nos primeiros contatos. Cerca de 80% desses parceiros são micro, pequenos e médios lojistas, com faturamentos que variam de R$ 40 mil a R$ 70 mil. Além de saber que tipo de produto pode interessar aos clientes das duas bandeiras da Via Varejo, a empresa avalia se ele tem escala para cumprir com os pedidos e qual é a sua situação tributária e legal. Problemas com o CNPJ ou débitos com a Receita Federal desqualificam os interessados. A companhia também analisa as queixas contra o lojista junto aos Procons e no site Reclame Aqui. Quem for mal avaliado não consegue fazer parte do time.

A Via Varejo costuma acompanhar as tendências de consumo para encontrar novos lojistas. Um exemplo que a empresa gosta de citar é o spinner, espécie de disco girado no dedo que fez sucesso com a garotada. ;Foi uma febre, vendeu muito. Por isso precisamos reforçar as fontes de abastecimento. Em média, esse processo para que um novo lojista integre o marketplace leva de duas semanas a um mês;, afirma executivo.

Madureira garante que a Via Varejo tem uma boa cobertura com a atual oferta de lojistas e produtos, mas sabe que não pode descuidar. ;É o tipo de negócio em que precisamos associar a oferta de itens com preço e qualidade;, lembra. Apesar de estar perto de começar a oferecer o catálogo virtual nas lojas do Ponto Frio e da Casas Bahia, o diretor não divulga a projeção de aumento de vendas, tanto nas lojas físicas quanto no marketplace.

Por dentro da empresa


; 950 lojas com as bandeiras
Ponto Frio e Casas Bahia
; 80 endereços serão abertos em 2018
; 5 mil a 10 mil produtos
oferecidos nas lojas físicas, dependendo
do tamanho do estabelecimento
; 3,1 mil lojistas
que comercializam em torno de
1,5 milhão de itens
; 80% dos parceiros no marketplace são micro, pequenos e médios lojistas que faturam entre
R$ 40 mil e R$ 70 mil por mês