Uma instrução normativa do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento, assinada nesta quarta-feira (13/12), torna mais ágil a importação de trigo da Rússia. A medida altera uma regra que dificultava a entrada do trigo com determinadas pragas sujeitas a quarentenas, como ervas daninhas. Mas de acordo com o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Luis Rangel, isso só será possível "desde que a presença seja informada pelos russos e sejam adotadas medidas contundentes de mitigação dos riscos no Brasil;. A informação será feita no Certificado Fitossanitário Internacional.
Segundo Ragel, a medida de mitigação definitiva de eventuais pragas presentes no produto é o processamento do trigo. ;É viável e elimina completamente a praga;, garante o secretário. Ele acrescentou que o processamento do trigo é equivalente à fumigação. "Esse era o tratamento previsto desde 2009, só fizemos alguns ajustes;, disse Rangel.
Ele esclareceu que "a Convenção Internacional de Proteção dos Vegetais (CIPP na sigla em inglês) orienta os países que adotem medidas proporcionais para viabilizar o comércio. Fizemos análise de risco e de viabilidade do uso dessa estratégia de processamento das cargas para atender às normas da CIPP;.
Para preservar áreas de produção do trigo, localizadas no Sul do país, e evitar desvios das cargas, inicialmente, só estão autorizados a importar esse trigo os moinhos das regiões Norte e Nordeste, situados o mais próximo possível dos portos.
De acordo com o secretário, não há risco de contaminação do trigo brasileiro uma vez que esse tipo de praga só representaria perigo se fosse usado como semente. Mas como o produto é destinado ao consumo, ;há segurança em relação às medidas adotadas, pois será mantida vigilância ostensiva sobre essas importações;.
Serão coletadas amostras de todas as cargas. As análises serão feitas pelo laboratório Agronômica, do Rio Grande do Sul, credenciado pelo ministério, sob a supervisão do Lanagro, de Belém do Pará. Rangel garante que se surgirem novos riscos a análise será reavaliada.
Com a declaração da existência dessas pragas, o produto passará por um acompanhamento mais minucioso da autoridade fitossanitária brasileira até o moinho credenciado, que fará o processamento. Rangel explicou que há terminais portuários em Manaus, no Ceará e Recife, próximos aos moinhos importadores de trigo de outros países, que poderão receber os primeiros embarques. ;Vamos cadastrar os moinhos conforme a demanda de importadores junto ao Departamento de Sanidade Vegetal (DSV);, explicou.