A produção de peixes na piscicultura brasileira chegou a 640,5 mil toneladas, em 2016. A tilápia foi a espécie mais produzida, totalizando 320 mil toneladas, um crescimento de 10% em relação a 2015. Dos R$ 4,3 bilhões de renda primária que a atividade movimentou no ano passado, 50% são resultantes somente da venda direta de tilápia. Os dados da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR) indicam também que a atividade deve crescer 12% em 2017.
O Distrito Federal é um dos mercados do país mais expressivos no consumo de peixes. A capital supera o consumo mundial recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), estipulado em 12 quilos de pescado por ano. O consumo per capita anual no DF é de cerca de 14 quilos, superior à média nacional, que é de 10 quilos. O total consumido na capital chega a 31,3 toneladas por ano, mas somente 14% vêm dos produtores locais ; 86% são importadas de outras unidades da Federação.
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[SAIBAMAIS]São cerca de 400 piscicultores no DF, entre pequenos e grandes produtores. Desse total, 90% criam tilápia. As maiores áreas produtivas estão localizadas em Brazlândia, Alexandre Gusmão, Gama e Sobradinho. A adaptação da espécie a diversos sistemas produtivos e a diferentes fatores ambientais, aliada ao curto tempo de engorda, de seis a sete meses, torna a criação de Tilápia um negócio atraente para os empresários locais. ;É uma atividade rentável para os pequenos produtores, e não apenas de subsistência;, enfatiza Mac Leonardo Souto, diretor de Políticas para Desenvolvimento Rural da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF (Seagri-DF).
Crescimento
A piscicultura se destaca no Brasil entre as diversas atividades agropecuárias, com um crescimento de 56%, nos últimos 10 anos. Apesar de a produção de peixes cultivados estar em expansão, a participação do país no mercado mundial é de apenas 0,7%, de acordo com a Peixe BR. A criação de tilápia no país está concentrada no Paraná, em São Paulo, em Santa Catarina, em Minas Gerais e na Bahia, estados que respondem por mais de 80% da atividade. ;A produtividade é alta, porque existe um pacote tecnológico desenvolvido em que a espécie responde satisfatoriamente;, explica o presidente executivo da Peixe BR, Francisco Medeiros.
A produção da tilápia no Brasil poderia crescer ainda mais, não fosse a burocracia do governo federal, de acordo com Medeiros. Segundo ele, a atividade tem dificuldade para conseguir investimentos por causa da insegurança da legislação ambiental. ;É difícil captar recursos no mercado financeiro, porque as leis dessa área, no país, não são claras. Existem estados com regras já maduras e outros que nem sequer têm uma legislação específica. Isso restringe o crescimento da atividade;, analisa Medeiros. ;A mudança constante do órgão governamental responsável pela atividade de pesca também paralisa o setor;, complementa.