Mesmo abaixando o preço da gasolina na última semana, os postos de combustíveis continuam cobrando valores muito parecidos na bomba. Dos 28 postos visitados pelo Correio, 18 cobravam a mesma quantia pelo litro: R$ 3,99 e seis tinham uma variação de até R$ 0,03. Segundo especialistas, o fato de os estabelecimentos baixarem os preços ao mesmo tempo e com valores tão parecidos é um indício forte de que o cartel pode ter voltado.
O advogado Rafael Klier explicou que sempre houve suspeita da prática no Distrito Federal e lembrou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e o Ministério Público já aplicaram sanções a diversos estabelecimentos. ;Essas investigações, feitas há cerca de dois anos, coibiram a prática à época, mas os estudos de economistas levam a crer que há uma nova configuração, apesar de não haver nenhum processo no Ministério Público;, diz.
Segundo Klier, os donos de postos aproveitaram o aumento da tributação para combinarem preços. Quando houve a elevação da alíquota do PIS-Cofins sobre os combustíveis, alguns postos vendiam o litro da gasolina por R$ 2,96. Dias depois, todos os estabelecimentos subiram os preços para o patamar de R$ 3,80, muito acima dos R$ 0,40 do reajuste previsto.
Esse movimento de altas e baixas quase que sincronizadas já foi percebido pelos consumidores. Jalles Levi de Oliveira, motorista do aplicativo Uber, afirmou não ver diferenças significantes entre os postos. ;Como trabalho com transporte, fico sempre de olho em promoções, enfrento filas gigantescas para poder economizar, só que ultimamente não vejo diferença entre os postos. Os aumentos pegam a gente de surpresa;, lamentou.
Veja os valores cobrados pela gasolina (em R$):