Jornal Correio Braziliense

Economia

Bancos diminuem taxas do financiamento de imóveis no país

A expectativa é que ocorram novas baixas até o fim deste ano


O último banco a anunciar a redução foi o Itaú, que baixou de 10,5% para 10,1% ao ano. O Santander também diminuiu para 9,49% ao ano, assim como o Banco do Brasil, para 9,74%, e o Bradesco, 11,40%. Todos os índices são do SFH e são somados à taxa referencial (TR). Na média do mercado, os menores juros são da Caixa Econômica Federal, de 9,33% ao ano.

Presidente da Federação Nacional dos Corretores de Imóveis, Joaquim Ribeiro disse que o momento é animador para o mercado, porque as reduções consecutivas da Selic permitem que os bancos baixem as taxas para o crédito imobiliário. ;A diminuição ocorreu rápido neste ano. Caiu quatro pontos percentuais, que é uma diferença muito significativa. A tendência é só de queda. Acredito que, até o fim do ano, as financeiras devem cobrar juros no patamar de 8% ao ano;, declarou.

A liberação do saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também cooperou com o setor. Além disso, os bancos têm mais garantia de que poderão tomar o bem do comprador se ele não conseguir pagar todas as parcelas do financiamento. ;Vários fatores contribuíram para a melhora das taxas em 2017. Isso é ótimo para o mercado imobiliário. Eu acredito que neste ano o setor deve crescer entre 13% e 14% com a demanda;, afirmou.

Outro motivo da queda das taxas é a maior entrada de recursos na poupança. De acordo com norma do Banco Central, as instituições financeiras precisam aplicar 65% do montante da caderneta no financiamento imobiliário. Neste mês, o investimento registrou o melhor junho em três anos, com a entrada de R$ 2,33 bilhões. Newton Marques, professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), explicou que, com isso, os bancos têm mais liberdade para reduzir os juros. ;O custo de captação menor acaba impactando positivamente o outro lado;, disse.

Nesta semana, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, criou uma linha de crédito para loteamentos urbanos, que financia até 70% do custo da infraestrutura, limitado a 50% do valor global de vendas. A expectativa é de abrir 70 mil vagas de emprego.

Cuidados
A coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolce, disse ser necessário que os interessados observem os juros, mas também tenham atenção com as condições do financiamento antes de fazer a compra. ;Essa composição envolve uma reflexão maior do consumidor, até porque é um contrato de longo prazo, e problemas podem acontecer. Se ocorrerem, quem compra será sempre a parte mais frágil da negociação;, disse.

Segundo ela, o primeiro passo para fazer a aquisição é simular o financiamento, que pode ser realizado em vários sites, inclusive no da Proteste. ;Lá, é possível que a pessoa ache o que procura e tenha uma noção do que tem no mercado;, indicou Dolce.

O SFH emprega recursos das contas de poupança ou do FGTS no financiamento e na construção de imóveis. Já o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) rege os créditos que ocorrem fora das regras do SFH.