Enquanto cinco senadoras da oposição ocupam a mesa da presidência do Senado no plenário, em protesto à reforma trabalhista, o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE) se reúne com senadores para tentar chegar a um acordo e retomar a sessão. A votação do projeto de lei que muda as regras trabalhistas estava marcada para às 11h desta terça-feira (11/7), mas, desde às 12h30 está suspensa. Até as 15h50, nenhuma decisão havia sido tomada.
No momento, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), além dos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Jorge Viana (PT-AC) estão reunidos com Eunício para negociar a retomada dos trabalhos.
Antes mesmo de ter início, a votação da reforma foi interrompida por corte brusco das luzes do plenário, a pedido de Eunício. Assim que a sessão começou, às 11h, conforme estava agendado, senadoras da oposição ocuparam a Mesa do Plenário, onde fica a cadeira do presidente. Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Regina Sousa (PT-PI), Fátima Bezerra (PT-RN) e Lídice da Mata (PSB-BA) passaram cerca de uma hora discursando contra a reforma.
Quando Eunício chegou, por volta das 12h, elas se recusaram a sair. O presidente da Casa, então, desligou as luzes e os microfones. Como as senadoras ocupavam a mesa, Eunício nem chegou a ocupar seu lugar e anunciou a suspensão da sessão em pé, puxando o microfone que era usado por Fátima Bezerra.
Tanto a atitude das senadoras quanto a do presidente do Senado foram questionadas pelos parlamentares. Jorge Viana afirmou, antes de entrar no gabinete da presidência, que a ocupação a mesa foi "um ato político" e que a proposta da oposição era que o Senado alterasse pelo menos um artigo do projeto, que permite que grávidas e lactantes possam trabalhar em ambientes insalubres, e retornasse para a Câmara dos Deputados.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) classificou como "machista" a atitude das senadoras. Segundo ele, depois da atitude "deplorável" das parlamentares, o PSDB não apoiará destaques no texto. Quando à demanda para que seja retirado o artigo sobre as lactantes, ele afirmou que ficará para que o presidente Michel Temer vete.