Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Previdência Social, Luiz Alberto dos Santos, a crise previdenciária acontece porque os governos se apropriam de recursos destinados à Previdência para outros fins, provocando défcit no orçamento.
Julio Flávio Miragaya, presidente do Conselho Federal de Economia, endossa a afirmação de Alberto dos Santos, utilizando a Desvinculação de Receitas da União (DRU) como exemplo de apropriação dos recursos da Previdência, e afirma que as novas regras propostas na PEC inviabilisarão as aposentadorias da maior parte dos trabalhadores. Segundo ele, se os novos parâmetros estivessem em vigor hoje, 76% dos beneficiários da aposentadoria não estariam aposentados.
[SAIBAMAIS]Miragaya afirmou ainda que a reforma impactará milhares de municípios no Brasil, cerca de 70%, principalmente os menores, pois as receitas previdenciárias são importante fonte de renda nesses lugares e com as mudanças os rendimentos municipais irão cair drasticamente.
Para Dom Leonardo Ulcrich Steiner, secretário-geral da CNBB, maior entidade católica do Brasil, a Previdência deve proteger os vulneráveis, e não o mercado.
"Temos lido em jornais que o governo quer aprovar reforma da Previdência para sinalizar para o mercado. Isso não tem ética. Não é o mercado que pode dizer o que pode ou não pode ser feito. Não podemos onerar os pobres", afirmou o bispo.