Os juros futuros mantiveram-se em queda ao longo de toda a quarta-feira (24/5) , tendo acelerado o recuo e atingido as mínimas no período da tarde, após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), em linha com a aceleração de baixa do dólar e dos juros dos Treasuries.
Ao final da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (221.000 contratos) fechou com taxa de 9,555%, de 9,6055 no ajuste de terça; a taxa do DI janeiro de 2019 (445.625 contratos) encerrou a 9,67%, de 9,89% no ajuste anterior; e a taxa do DI janeiro de 2021 (341 010 contratos) caiu de 11,03% para 10,67%. Nos Treasuries, a taxa da T-Note de dez anos estava em 2,255%, de 2,270% pouco antes da ata.
Profissionais do mercado avaliam que o documento do Fed sugere que os diretores ainda estariam avaliando se a desaceleração da atividade nos EUA no primeiro trimestre foi ou não transitória e destacam que os dirigentes reiteraram apoio para a continuidade da alta gradual na taxa de juros.
Segundo a ata, os dirigentes veem como "equilibrados" os riscos para a perspectiva econômica no curto prazo e que a perspectiva de médio prazo para economia "pouco se alterou" desde a última reunião do Fed.
[SAIBAMAIS]Mas, mesmo antes da ata, os juros já estavam em baixa desde a abertura, ainda influenciados pelas estimativas de que, num cenário em que o presidente Michel Temer deixe o cargo em razão das denúncias trazidas pelas delações de executivos da JBS, a agenda de reformas estaria preservada pela equipe econômica.
A sensação de que as propostas do governo estão "andando" em meio à crise foi reforçada pelo fato de o governo ter conseguido, na terça, aprovar, em votação simbólica, a medida provisória (MP) que autorizou o saque do dinheiro de contas inativas do FGTS.
No período da tarde, as tensões na Esplanada dos Ministérios aumentaram, com manifestantes ateando fogo em prédios de alguns ministérios. A Casa Civil determinou a liberação de todos os funcionários que trabalham na Esplanada, diante da violência de alguns grupos no local.
Pelo menos 35 mil pessoas estão no protesto, organizado contra as reformas e o governo Temer. Além disso, Temer teria pedido a atuação do Exército para debelar a situação.