As operações no mercado de capitais das empresas da J Investimentos serão analisadas com lupa pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A suspeita de que companhias da holding lucraram com posições montadas antes da divulgação da delação levou a autarquia a abrir cinco processos para apurar manipulação. As supostas operações fraudulentas poderiam ter rendido mais de R$ 1 bilhão, valor quatro vezes maior a multa de R$ 225 milhões imposta aos sete executivos que fecharam acordo de delação premiada.
A CVM quer saber se a JBS, uma das empresas da J, se aproveitou de informações privilegiadas para comprar dólar no mercado futuro e também na emissão de ações pelo acionista controlador do grupo a FB Participações. Há suspeita de que tudo foi orquestrado antes da denúncia se tornar pública e afetar os mercados de capitais de câmbio. O indício de irregularidade foi comunicado ao Ministério Público Federal (MPF), que pode anular o acordo de delação premiada se ficar comprovado o crime.
A autarquia também abriu processo para investigar movimentações no mercado de derivativos feitas pelo banco Original, controlado pelo pelos irmãos Batista, e pediu ;esclarecimentos adicionais relativos às notícias e especulações envolvendo delação de acionistas controladores da JBS;.
Além da instauração dos processos, a CVM informou que tem monitorado os principais indicadores de mercado e possíveis impactos sobre as atividades de todas as empresas fiscalizadas pela autarquia. Em nota, a JBS informou que gerencia de forma minuciosa e diária a sua exposição cambial e de commodities. ;A utilização de instrumentos de proteção financeira visa, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais e de commodities provenientes de dívida, recebíveis em dólar e das operações.; Conforme a empresa, as movimentações dos últimos dias seguiram sua política de gestão de riscos.