O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta em relatório divulgado nesta sexta-feira, 19, que os riscos para o cenário econômico da América Latina pendem para o lado negativo. A dívida de alguns governos da região está superando a "zona de conforto" e o ajuste fiscal precisa continuar.
Entre os riscos que podem afetar a América Latina, o relatório alerta para o aumento das dúvidas sobre os rumos das políticas econômicas mundiais, para o crescimento do nacionalismo em economias desenvolvidas e o futuro da economia da China. Outro risco é um potencial aperto nas condições financeiras globais.
O FMI faz recomendações de política econômica para os governos da região: manter a flexibilidade das moedas, seguir com o ajuste fiscal e baixar juros onde a inflação está em queda. Outra sugestão é o estímulo ao comércio regional.
Expectativas
O diretor para o departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, afirmou em entrevista a jornalistas nesta sexta que espera que a América Latina saia da recessão este ano e o Produto Interno Bruto (PIB) da região cresça 1,1% em 2017 e 2% em 2018.
O relatório apresentado nesta sexta em evento na Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo foi feito antes do novo escândalo político do Brasil, com as denúncias de que o presidente Michel Temer teria comprado o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
No documento, a previsão é que o Brasil cresça 0,2% este ano e 1,7% em 2018. "A América Latina está lentamente saindo de uma recessão", afirma o FMI no documento.
Venezuela
Em relação à Venezuela, Alejandro Werner notou que a contração econômica no país é "significativa", em uma situação "muito delicada". O FMI estima que a economia venezuelana tenha registrado contração de 8% no ano passado, de 6% no anterior e de 4% em 2014. Para o ano atual, a previsão do Fundo é de retração de 7,4%.