O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse, durante o seminário "A força do agronegócio e o Distrito Federal" promovido pelo Correio, que o Brasil venceu a crise da Operação Carne Fraca e que governo e empresários estão empenhados em retomar o mercado perdido nas exportações. Maggi também afirmou que trabalha em um projeto para ampliar de 7% para 10% a participação do agronegócio no mercado mundial nos próximos anos.
O chefe da pasta afirmou que o problema foi resolvido e que, dentre 80 países que questionaram o governo federal sobre a qualidade da carne brasileira, apenas 10 ainda não retomaram o mercado. Maggi destaca que são pequenos mercados. "Alguns países retomaram com mais rigidez, o que é bom, porque nosso sistema é forte e robusto. Pode ser verificado em qualquer mercado. O arrocho dos produtos mostram que nossas conformidades são muito grandes", disse.
Apesar disso, Maggi afirma que houve prejuízo do ponto de vista mercadológico, mas que o governo federal conseguiu minimizar os problemas com a força-trabalho da diplomacia e do Ministério da Agricultura.
O ministro destaca que o país passou a adotar um sistema mais rígido em relação aos padrões americano e europeu para a verificação de salmonella. Segundo ele, há 2,6 mil tipos da bactéria, mas cerca de três espécies devem ser realmente retiradas. "Nós não usávamos o sistema que alguns países usavam. Há um estudo em andamento no ministério e vamos usar as mesmas modalidades que a União Europeia e os Estados Unidos usam para livrar o país de problemas que viriam pela frente", destaca.
Preços caíram
Maggi afirma que os preços dos produtos brasileiros caíram no exterior e vem preocupando o governo federal. Segundo ele, o país tem 12 produtos que equivalem a 88% de toda a pauta de exportações de alimentos. "Somos grandes exportadores, mas com poucos produtos. O país precisa ampliar as participações com produtos", declara.
O ministro afirmou que o Brasil está empenhado em aumentar a produtividade e ocupar mais espaço no mercado internacional. Segundo Maggi, o mundo deve precisar atender em torno de nove bilhões de pessoas em 2050, sendo que 51% da população estará concentrada na Ásia. "O Brasil tem que focar nesta região e pretendemos aumentar nossa participação com a produção de alimentos para a região asiática", destaca.
Maggi diz ainda que o Brasil é um dos principais países em questão de sustentabilidade em razão da reserva ambiental e o tratamento de terra. Para o ministro, "O Brasil tem algo a mais a oferecer nas exportações, que é esse pacote ambiental. O que nós temos quase nenhum outro país faz, que é a possibilidade em produzir em trópicos, que é mais vantajoso em questão de pragas, ciclos das plantas e ervas daninhas, que dá cenário muito mais acelerado de produção que outros países"
Distrito Federal
Blairo Maggi disse que, apesar de o DF ter um território pequeno, ele tem uma pauta de exportação diversificada para vários países, que é o objetivo do Ministério da Agricultura. "É interessante o mercado no Distrito Federal. O Brasil precisa ampliar o número de países que são nossos importadores", diz. Segundo ele, há um acordo comercial para Brasília exportar proteína animal para a União Européia, mas que "esbarra em questões burocráticas".
Seminário
O seminário "A força do agronegócio e o Distrito Federal" faz parte de mais um Correio Debate com temas da atualidade. O evento traz palestrantes que abordam o cenário da agricultura e pecuária no Distrito Federal. O debate ocorre até às 19h no auditório do Correio.
O agronegócio representa 48% das exportações totais do país. A balança comercial do setor teve alta de US$ 71,3 bilhões no ano passado. Neste cenário está o Distrito Federal juntamente com o Entorno, com as maiores médias de culturas agrícolas e os maiores índices de produtividade do país.
Além de Maggi, estarão presentes o secretário estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF, José Guilherme Leal. Também estarão presentes o presidente da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), o diretor-executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e outros especialistas. Representantes da Embrapa, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Sociedade Rural Brasileira (SRB) também marcarão presença.
*Estagiário sob supervisão de Humberto Rezende