O presidente da Bolívia, Evo Morales, assinou hoje (1;) decretos para aumentar em 10,8% o salário mínimo nacional, até o equivalente a US$ 287, e em 7% o salário básico e de contratação para os setores público e privado. Morales assinou os decretos em cerimônia no Palácio de Governo, em La Paz, pelo Dia Internacional dos Trabalhadores, ao qual compareceram o vice-presidente Álvaro García Linera, ministros, comandantes militares e policiais, além de sindicalistas e líderes camponeses simpáticos ao Executivo boliviano.
Um dos decretos ratificou os aumentos de 10,8% do salário mínimo nacional e de 7% do salário básico, estipulados na semana passada pelo governo e os dirigentes da Central Operária Boliviana (COB), a principal entidade sindical do país.
O aumento de 7% também ocorrerá nos salários de policiais, militares, profissionais de saúde, professores de escolas públicas e funcionários dos governos regionais e municipais. O segundo decreto autoriza um aumento de até 7% no salário básico dos funcionários vinculados ao Executivo.
Morales destacou que o aumento salarial está novamente acima da taxa de inflação do ano anterior (4%), um sistema que vem utilizando desde que chegou à presidência em 2006.
O governante pediu ao empresariado do setor privado que compreenda que é importante reconhecer o esforço dos trabalhadores. "O setor privado tem que entender que nosso modelo, não somente de nacionalização, mas de busca por igualdade entre irmãos bolivianos, teve resultados importantes, por isso há crescimento econômico", afirmou.
As principais associações empresariais manifestaram rejeição aos aumentos estabelecidos entre o governo e a COB. Elas alertaram que esses aumentos vão causar maior precariedade trabalhista.
Morales também apresentou um projeto de lei para aumentar de US$ 36 para US$ 43 a renda digna, um subsídio mensal que beneficia os maiores de 60 anos. Após o evento no Palácio de Governo, o presidente se deslocou para a cidade de Santa Cruz, no Leste do país, onde participará de passeata com a Central Operária Departamental, cujo líder, Rolando Borda, é ligado ao governo.
Desde 2006, Morales aproveita esta data para tornar públicos os benefícios aprovados para os trabalhadores e, nos primeiros anos de seu governo, também anunciou nacionalizações.