O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse nesta terça-feira (25/4), em um encontro com o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, que o governo não pode garantir a redução drástica da carga tributária do País. Mas, ao tratar da simplificação das regras de pagamento de impostos - que o Planalto pretende atacar após as reformas trabalhista e da Previdência -, o chanceler assegurou que "o inferno tributário brasileiro será eliminado nesta legislatura", arrancando aplausos da plateia formada por empresários e autoridades de ambos os países.
Em seu discurso no evento em São Paulo, o ministro abordou as reformas adotadas pelo governo Michel Temer e as classificou como uma sinalização de que o Brasil está empenhado em fortalecer as bases para garantir maior prosperidade econômica.
Ao lado de Rajoy, Nunes traçou um paralelo entre as dificuldades enfrentadas pela Espanha na esteira da crise financeira de 2008 e os atuais problemas da economia brasileira, enfatizando a importância das reformas adotadas pelo governo espanhol para contornar as dificuldades.
"Ambos os governos estão alinhados com os princípios fundamentais da política econômica", afirmou o ministro. "Estamos em busca da responsabilidade fiscal e social", completou. Nunes ainda citou a reforma do ensino médio como um esforço do governo para fomentar o crescimento. "Nós fizemos aqui no Brasil uma reforma do ensino médio como nunca havia sido feita; que enfatiza uma concentração das disciplinas que mais preparam o jovem para a vida social e para o emprego."
Após as palavras de Nunes, Rajoy lembrou da experiência espanhola com as reformas implementadas por seu governo, que, segundo ele, permitiram um "giro de 180 graus" na economia do país europeu. "Hoje, a Espanha tem um modelo de crescimento mais equilibrado e sustentável", afirmou o chefe do governo espanhol, acrescentando que o país, após a alta de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, deve crescer pelo menos 2,7% em 2017 - com geração de emprego em ritmo de meio milhão de postos de trabalho por ano desde 2014. "Isso era impensável há quatro anos", disse.
Ao manifestar apoio à agenda de reformas em curso no Brasil, Rajoy destacou que a Espanha colhe os frutos de esforços feitos nos últimos anos para reduzir em mais da metade seu déficit fiscal, reduzir riscos do sistema financeiro e atualizar a legislação trabalhista, em paralelo a uma reforma feita no setor energético com objetivo de reduzir o custo da energia.
"As reformas são necessárias sempre, para que a economia seja competitiva e possa gerar bem-estar e empregos", salientou o primeiro-ministro. "Sempre há gente contra nesses casos, mas quando se tem certeza do que deve ser feito, tem que fazer", concluiu.