Após o déficit de US$ 935 milhões em fevereiro, o resultado das transações correntes ficou positivo em US$ 1,397 bilhão em março, conforme divulgação desta terça-feira (25/4), feita pelo Banco Central. Este total representa o primeiro superávit para o mês desde março desde 2007, quando somou US$ 185,5 milhões. O BC projetava para março um déficit em conta de US$ 1,5 bilhão.
O resultado do mês passado ficou melhor que a mediana positiva de US$ 350 milhões apontada pelo levantamento realizado pelo Projeções Broadcast com 23 instituições, que ia de um déficit de US$ 1,7 bilhão a superávit de US$ 1,5 bilhão. A estimativa do BC é que o rombo externo de 2017 seja de US$ 30,0 bilhões.
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 6,935 bilhões em março, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,523 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$ 3,194 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no azul em US$ 1,795 bilhão.
No acumulado do ano até março, o rombo nas contas externas soma US$ 4,624 bilhões.
Já nos últimos 12 meses até março deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 20,557 bilhões, o que representa 1,10% do Produto Interno Bruto (PIB).
Remessa de lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,874 bilhão em março, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume maior do que os US$ 1,412 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado de janeiro a março deste ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 5,199 bilhões. O total é superior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 4,191 bilhões. A expectativa do BC é que a remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 26,5 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,335 bilhão em março, ante US$ 1,047 bilhão em igual mês do ano passado. No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 6,463 bilhões, valor maior que os US$ 5,773 bilhões de igual período do ano passado. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 21,4 bilhões.
Viagens internacionais
A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em março, informou o Banco Central. No mês passado, quando o dólar subiu pouco mais de 2% ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 880 milhões. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 694 milhões.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,530 bilhão em março. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 650 milhões no mês passado.
No acumulado do ano até março, o saldo líquido dessa conta está negativo em US$ 2,623 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 1,126 bilhão. Para 2017, o BC estima um déficit de US$ 12,5 bilhões para esta rubrica, mais que os US$ 8,473 bilhões de déficit registrados em 2016.